Lesados do Banif protestam no dia 10 de junho contra falta de solução
Investidores do Banif agendaram uma manifestação para o dia de Portugal com o objetivo de tentar sensibilizar o Presidente da República e o primeiro-ministro
Investidores do Banif agendaram uma manifestação para o dia de Portugal com o objetivo de tentar sensibilizar o Presidente da República e o primeiro-ministro
Jornalista
A Associação dos Lesados do Banif (ALBOA) marcou uma manifestação no Funchal para o dia 10 de junho, onde decorrem as cerimónias oficiais do Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas.
Em comunicado, a associação diz que esta é mais uma tentativa para "sensibilizar as mais altas entidades oficiais (incluindo Presidente da República e Primeiro-Ministro) para a situação das vítimas da forma como foi determinada a Resolução daquele banco, na altura detido pelo Estado".
Em causa estão cerca de 2330 pedidos de reclamação de créditos com condições para serem elegíveis numa solução que os possa compensar do dinheiro perdido. A conclusão foi da comissão de peritos da Ordem de Advogados em 2019.
A comissão de peritos da Ordem dos Advogados para os lesados do Banif considera que há 2330 pedidos de reclamação de créditos com condições para serem elegíveis para uma solução que os compense pelo dinheiro perdido, por terem sido considerados vítimas de venda abusiva por parte do Banif. O montante ronda os 200 milhões de euros.
Em comunicado a ALBOA chama a atenção para o tempo que já decorreu desde a resolução de dezembro de 2015, perfazendo no dia 10 de junho "exatamente 1999 dias sobre a data da intervenção (66 meses), de adiamentos, incertezas e promessas não cumpridas, não se compreendendo porque não se avança para a solução acordada por parte do Governo". Os lesados querem uma solução idêntica à dos lesados do BES (papel comercial).
A associação recorda ainda que os lesados que representa "foram vítimas de práticas agressivas e ilícitas (procedimento já identificado por uma Comissão de Peritos da Ordem dos Advogados) para comprarem Obrigações Subordinadas do banco porque "o dono é o Estado e é tão seguro como a CGD".
E volta a sublinhar que "esmagadoramente os lesados Banif são pessoas envelhecidas e de fracos recursos a viverem na Madeira, nos Açores, no continente e nas comunidades portuguesas da África do Sul, da Venezuela e da Costa Leste dos EUA", que "foram convencidas a utilizar as suas conta-poupanças, muitas vezes de uma vida".
Mais dizem que dirigiram uma carta, recentemente, ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para serem recebidos, mas aguarda-se ainda a marcação de uma audiência. Mais uma tentativa de sublinhar que a solução que querem para os seus casos "reforça uma recomendação recente da Assembleia Legislativa da Madeira", como já referiam recentemente.
A situação dos lesados, nota a ALBOA, "é desesperada".
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