
Quando faltam os chips, as exportações podem tropeçar. E há porta aberta à especulação
Quando faltam os chips, as exportações podem tropeçar. E há porta aberta à especulação
Jornalista
“O segundo trimestre pode trazer desafios maiores do que o primeiro.” O alerta lançado pelo Grupo VW, pressionado pela falta de matérias-primas, chips (ver pág. 12) e outros componentes, indica que este pode ser o principal travão às exportações de um sector que de acordo com a consultora IHS Market já teve de cortar a produção de automóveis em 1,3 milhões de unidades entre janeiro e março. Mas começa a ser repetido de forma transversal na indústria nacional, apesar do salto homólogo de 28% nas exportações em março, para fechar o trimestre a crescer 3% face a 2019.
“Tivemos o melhor mês de sempre em março (€919 milhões), mas não podemos deitar foguetes. Temos novas ameaças pela frente”, resume Adão Ferreira, secretário-geral da AFIA — Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel, atento ao facto de a Autoeuropa ter parado uma semana em março devido à falta de semicondutores e de a Bosch Car Multimedia, em Braga, entrar em lay-off durante um mês devido “ao agravamento da escassez mundial de componentes elétricos”. “Chegou a hora de pagar a fatura da dependência da Ásia”, comenta, consciente de que o sector automóvel responde por 10% da procura mundial de semicondutores, mas na Europa a percentagem sobe para 37%.
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