Foi a falar das suas origens humildes que Luís Filipe Vieira optou por começar a audição na comissão parlamentar de inquérito ao Novo Banco. Começou a trabalhar cedo, enveredou depois pela vida de empresário, sem depender do Banco Espírito Santo (BES), e só depois chegou ao Benfica – não foi ao contrário, ressalvou.
“Comecei a trabalhar com 14 anos como paquete, serviço externo, e com muito trabalho consegui iniciar uma atividade por conta própria anos mais tarde”, declarou Vieira na sua intervenção inicial esta segunda-feira, 10 de maio, em que começou por apresentar-se como pai de dois filhos e avô de cinco netos.
A atividade empresarial entretanto iniciada começou na área dos pneus, tendo depois partido para o imobiliário. “Quem se apresenta perante vós é uma pessoa com uma história de vida pessoal, familiar e empresarial”, disse, para deixar uma garantia aos deputados: “A minha vida não foi criada com o BES ou com a minha vinda para o Sport Lisboa e Benfica a partir de 2001”.
"Na verdade, já era um reconhecido e prestigiado empresário quando comecei a trabalhar no Sport Lisboa e Benfica", acrescentou Luís Filipe Vieira no Parlamento.
O universo empresarial de Vieira tornou-o num dos principais devedores do Novo Banco (que herdou os clientes que pertenciam ao BES), com créditos que superaram os 300 milhões de euros.
Parte destes créditos já não estão na sua posse, tendo sido reestruturados com a venda a um fundo gerido pela C2 Capital Partners (antiga Capital Criativo) e a um outro gerido pela Oxy Capital. No primeiro caso Luís Filipe Vieira assegurou cerca de 4% do fundo FIAE (com 96% nas mãos do Novo Banco). No segundo, Vieira manteve 25% da empresa Verdelago, ficando os restantes 75% nas mãos do fundo Aquarius, gerido pela Oxy Capital.
Na sua intervenção inicial no Parlamento Luís Filipe Vieira sublinhou que antes de chegar à presidência do Benfica já tinha experiência empresarial. "Eu – Luís Filipe Vieira - já era um empresário de renome e relevância na área do imobiliário em Portugal", declarou.
"Nessa altura, os fornecedores e os bancos – todos os bancos com quem trabalhava – conheciam-me e apoiavam-me", acrescentou.
Vieira fez ainda questão de afirmar que ao criar a Promovalor investiu capitais próprios obtidos com negócios anteriores como empresário.
"Investi na constituição do grupo Inland/Promovalor quase tudo o que até então tinha amealhado com o meu trabalho: o grupo Promovalor foi fundado com capitais próprios de 35 milhões de euros", realçou Luís Filipe Vieira.
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