Economia

Sociedade de capital de risco garante ter analisado origem do dinheiro que Promovalor meteu em fundo do Novo Banco

Sociedade de capital de risco garante ter analisado origem do dinheiro que Promovalor meteu em fundo do Novo Banco
Ana Baiao

O fundador da C2, antiga Capital Criativo, assegurou no Parlamento que os 5,5 milhões de euros avançados pela empresa de Luís Filipe Vieira em 2017 passaram pelos mecanismos de prevenção de branqueamento de capitais

Sociedade de capital de risco garante ter analisado origem do dinheiro que Promovalor meteu em fundo do Novo Banco

Miguel Prado

Editor de Economia

Sociedade de capital de risco garante ter analisado origem do dinheiro que Promovalor meteu em fundo do Novo Banco

Diogo Cavaleiro

Jornalista

Nuno Gaioso Ribeiro, fundador da C2 Capital Partners (antiga Capital Criativo), assegurou na comissão parlamentar de inquérito sobre o Novo Banco, que a Promovalor, de Luís Filipe Vieira, concretizou o compromisso de 5,5 milhões de euros na entrada no fundo FIAE em 2017, no quadro da reestruturação da sua dívida.

"Houve um esforço do devedor de 5,5 milhões de euros neste processo", notou Gaioso Ribeiro. O deputado comunista Duarte Alves confrontou-o com dificuldades que a Promovalor estaria a ter em 2017 para concretizar esse contributo, tendo solicitado o pagamento diferido de meio milhão de euros.

Duarte Alves questionou Gaioso Ribeiro sobre se a Promovalor completou os 5,5 milhões de euros para adquirir quase 4% do FIAE (detido em 96% pelo Novo Banco), e de onde veio o meio milhão de euros que a empresa tinha dificuldades em avançar.

Gaioso Ribeiro assegurou que "o capital subscrito está integralmente realizado", mas disse não ter presente de momento qual a origem dos fundos, ainda que essa matéria tenha sido analisada pela sociedade gestora, devido às suas obrigações no âmbito da prevenção do branqueamento de capitais.

"Certamente a C2 sabe a origem, mas não lhe sei dizer. Certamente a sociedade gestora tem informação sobre a origem dos fundos", declarou Nuno Gaioso Ribeiro no Parlamento.

O gestor, que durante anos foi administrador da Benfica SAD, também notou que os avales dados pelos acionistas da Promovalor (que era controlada na sua maioria por Luís Filipe Vieira) não desapareceram na reestruturação de 2017.

"Os avales dos sócios da Promovalor mantiveram-se na estrutura desta operação, no financiamento bancário que foi transportado para o fundo", afirmou Nuno Gaioso Ribeiro.

No Parlamento declarou ainda que foi feita uma avaliação jurídica e legal de todos os ativos imobiliários que transitaram da Promovalor para o FIAE, uma carteira que incluía não só terrenos de grande dimensão e edifícios construídos (como um edifício de escritórios em Moçambique e um hotel no Brasil) mas também pequenos imóveis dispersos. "Há ativos que são uma garagem ou um apartamento em Castelo Branco", referiu Nuno Gaioso Ribeiro.

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