Exportações têxteis derrapam 7,7% e a Zara tem a ver com isso
E as importações de máscaras estão a crescer
As exportações de têxteis e vestuário caíram 5% ou 21 milhões de euros em fevereiro, para 414 milhões de euros, anunciou a ATP - Associalção Têxtil e Vestuário de Portugal esta sexta-feira, com base nos números do INE.
"Recordamos que fevereiro de 2020 foi o mês em que as exportações do setor começaram a diminuir (-1,3%), já com alguns efeitos da disrupção da cadeia de abastecimento, situação que viria a intensificar-se nos meses seguintes em resultado das medidas de confinamento impostas um pouco por todo o mundo para travar a propagação do COVID19", diz a ATP, presidida por Mário Jorge Machado.
Nos conjunto dos primeiros 2 meses do ano, as vendas ao exterior somaram 823 milhões de euros, o que representa uma quebra homóloga de 7,7%.
Por segmentos, as exportações de matérias-primas têxteis, caíram 4,6%, enquanto as de vestuário diminuíram quase 12%. Mas nos têxteis lar e outros artigos têxteis confecionados, entre os quais, os produtos de proteção no âmbito da COVID, como por exemplo, as máscaras têxteis, há a registar um aumento de 5%.
Na análise por mercados, o destaque pela positiva é a França, o segundo maior mercado do sector e aquele que mais cresceu (8%). Já Espanha, o maior cliente dos têxteis nacionais, muito devido ao peso do grupo Inditex, dono da Zara, caiu 23% ou 58 milhões de euros, apresentando agora uma quota de 24%.
Quanto às importações, caíram 30% no início do ano, mas o segmento dos têxteis-lar e outros artigos confecionados, entre os quais as máscaras têxteis, aumentou 26%.
O saldo da balança comercial nestes primeiros 2 meses do ano foi de 307 milhões de euros, com uma taxa de cobertura de 159%
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