Economia

Estão a fabricar-se novos unicórnios

Estão a fabricar-se novos unicórnios
Valentin Flauraud

Há empresas a nascer na área da internet das coisas, realidade virtual ou aumentada e blockchain, e fundos interessados nelas

Estão a fabricar-se novos unicórnios

Anabela Campos

Jornalista

Portugal tem bastante potencial em matéria de empresas tecnológicas, as chamadas startups, e há investidores internacionais a olhar para elas. Cerca de 30% das operações de fusão e aquisição realizadas pela Deloitte em 2020 foram nesta área, e é um segmento que vai crescer. Quatro dos projetos que tem em curso são neste domínio.

“Há cada vez mais competência de nicho nesta área em Portugal. Temos empresas que trabalham muito bem na área da internet das coisas, rea­lidade virtual ou aumentada, blockchain, data scien­ce. Os investidores estrangeiros andam à procura deste tipo de ativos. E são relativamente agnósticos a nacionalidades”, explica Pedro Brás Silva, das áreas da TMT da Deloitte. Procuram empresas com capacidade para escalar o negócio, internacionalizar rapidamente e se integrarem noutros negó­cios que já existem, avança. “Aí o segredo é encontrar o momento e o investidor certos”, vaticina.

Investidores ávidos

Pedro Brás Silva salienta que o interesse vem de investidores de todo o mundo, e muitos chegam via Londres. “Os fundos estão ávidos de investimento. Muitos já têm investimento na área e vêm à procura de empresas para complementar o negócio.” E explica: “Estamos a falar de empresas cujo valor de mercado é de 50, 100 ou até 300 milhões de euros, mas cujo volume de negócios é de apenas 10 milhões de euros. Mas estão com um nível de crescimento tão rápido que as ofertas que têm fazem com que o seu valor de mercado seja superior ao de empresas de sectores tradicionais com a sua dimensão.” Quando a faturação é de 100 a 150 milhões de euros, já são unicórnios (empresas avaliadas em mais de mil milhões de dólares). O país já tem unicórnios, mas vai ter mais. “Estão a fabricar-se novos unicórnios em Portugal”, antevê Brás Silva.

Portugal tem polos de startups interessantes em Aveiro, no Minho, em Coimbra e em Lisboa. Os fundadores destas empresas têm uma componente de pessoas ligadas aos cursos de tecnologias, mas não exclusivamente, até porque a equipa funciona melhor com diferentes valências. Empregam umas dezenas de trabalhadores. “Estudam em Portugal, mas são pessoas abertas ao mundo. Estão habituadíssimas a meterem-se num avião e dar um salto a São Francisco”, sublinha.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ACampos@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate