O montante de crédito em moratórias (pública e privada) ascendeu no final de janeiro a 45,7 mil milhões de euros, segundo o relatório de estatística sobre moratórias de crédito que será, a partir de agora, disponibilizado e atualizado no último dia de cada mês pelo Banco de Portugal.
Os dados revelam que, no final de janeiro de 2021, 54 mil empresas aderiram às moratórias, num montante global de empréstimos de 24 mil milhões de euros. Este valor representa um total de 33,2% do total dos créditos concedidos pelas instituições financeiras, e que corresponde a 22,4% do total das empresas devedoras.
Os dados mostram ainda que da percentagem total de devedores a mais relevante diz respeito ao universo empresarial, em contraposição aos particulares.
De acordo com o Banco de Portugal, do total em moratórias de crédito concedidas a empresas, 8,4 mil milhões foram utilizadas por setores mais expostos à pandemia, o que corresponde neste conjunto 34,4% do total dos empréstimos em moratória.
No conjunto de cada um dos sectores, as empresas de alojamento e restauração que aderiram às moratórias representam 57% do total do segmento. Já no comércio, 25% das empresas aderiram ao regime de moratórias de crédito.
O prazo para retomarem o pagamento vai até ao final de setembro.
Os dados sobre as moratórias de crédito serão atualizados mensalmente pelo Banco de Portugal, o que dará para perceber, ao longo dos meses, se há empresas que estejam a retomar as prestações suspensas antes da sua maturidade. Para já, em abril, será retomado o pagamento de juros.
No universo dos particulares, há 407 mil clientes com moratória, o que representa 8,8% do total de devedores, num total de 20 mil milhões de euros. Deste montante, cerca de 17 mil milhões são no crédito à habitação e, destes, há 3,7 mil milhões de euros em regime de moratória privada.
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