A Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, disse esta quinta-feira que pelo menos 15% dos subsídios a fundo perdido do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para 2021-2026 terão como destino os territórios do interior do país.
Uma percentagem que pode aumentar ao longo dos próximos anos já que há um leque muito grande de medidas do PRR que serão atribuídos por concurso, não tendo ainda o promotor ou o território identificado. “Só não irão mais verbas para o interior se não houver candidaturas”, disse a ministra no debate online que o governo está a promover sobre as infraestruturas no PRR.
“Se somarmos todos aqueles projetos do PRR que estão vocacionados para o interior – infraestruturas, floresta, agricultura, gestão hídrica, etc – estaremos a falar, neste momento, de mais de €2 mil milhões. Portanto, estamos a falar de, no mínimo, de 15% das verbas a fundo perdido que estão identificados, sobretudo, para territórios do interior”.
Prioridade a Lisboa
A ministra da coesão territorial acrescentou que “enquanto membro de um governo socialista” se recusa a defender o interior por oposição ao litoral. Até porque os investimentos do PRR devem ser feitos “nas zonas mais densamente povoadas porque foram elas as zonas mais duramente afetadas pela pandemia”, aludindo às maiores áreas metropolitanas do país.
Ana Abrunhosa lembrou que aos fundos do PRR se devem somar os fundos do atual quadro comunitário Portugal 2020 e do futuro Portugal 2030. Mas que zonas como Lisboa não conseguirão mobilizar mais do que poucas centenas de milhões de euros no próximo quadro. “Mal seria se tivéssemos este pacote adicional para o nosso país e não resolvêssemos os problemas - das bolsas de pobreza, habitação, transportes, etc – que estes territórios enfrentam”.
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