No final de uma audição de quase três horas no Parlamento, feita virtualmente, Miguel Frasquilho, presidente do conselho de administração, disse que a TAP não pode esperar mais para aplicar os cortes na massa salarial e que irá fazê-lo em março. Não obstante, sublinhou que foi muito relevante chegar a acordo com os representantes dos trabalhadores, e que a espera valeu a pena.
"Foi importante que o acordo com os sindicatos tivesse existido. Mas a TAP não pode esperar mais. Se não houver acordo na sexta-feira [dia em que os pilotos da TAP e os tripulantes vão negociar], na segunda-feira, dia 1 de março, entramos com o regime sucedâneo. Para os trabalhos cujos acordos foram aprovados, aplica-se que está neles", explicou Miguel Frasquilho aos deputados, hoje numa audição parlamentar. "Já era para ser em fevereiro", admitiu. "Houve um mês de derrapagem, e ainda bem que se prolongou o tempo mas a TAP não pode esperar mais", reafirmou.
Frasquilho admitiu que a avaliação do plano de reestruturação por parte de Bruxelas pode chegar mais tarde do que previam inicialmente, mas que não se deverá prolongar muito no tempo para além de março. "Quando o plano foi entregue em Bruxelas o nosso objetivo era que houvesse uma resposta até março. Mas na sequência das negociações com os sindicatos [que, sublinhou decorreram de forma muito construtiva, e de forma positiva], que acabaram por durar até meados de fevereiro, provavelmente já não será em março que o plano será aprovado", afirmou. E acrescentou: "Mas penso que não entrará muito pelo ano a dentro".
Já de manhã, o presidente da Comissão Executiva da TAP, Ramiro Sequeira, tinha avançado que as medidas voluntárias para redução de postos de trabalho estavam a ter uma adesão “positiva”, e que a companhia esperava que o processo estivesse concluído em 14 de março.
Até hoje já mais de 300 trabalhadores manifestaram a sua vontade de aderir às medidas voluntárias, adiantou o gestor. Estas medidas incluem rescisões por mútuo acordo, reformas antecipadas, pré-reforma por suspensão do contrato de trabalho, contratos de trabalho a tempo parcial, licenças sem retribuição, ou pré-reformas no regime de part-time. E permitem que os despedimentos baixem de 2000 para 800 trabalhadores.
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