Covid-19. Indústria do vestuario perde €540 milhões na exportação

Só para Espanha, o maior mercado do sector, a queda foi de 30%
Só para Espanha, o maior mercado do sector, a queda foi de 30%
Jornalista
As exportações da indústria portuguesa de vestuária caíram €540 milhões np ano passado, o que representa uma quebra de 17,3% face a 2019. Só para Espanha, o maior mercado do sector, a derrapagem foi de 30%, diz a ANIVEC - Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção, numa primeira reação aos números oficiais das exportações no ano passado, divulgados pelo INE - Instituto Nacional de Estatística esta terça-feira.
"Há empresas com quedas ainda superiores na sua atividade, nomeadamente as que trabalham no vestuário de tecido e uniformes, que são áreas particularmente afetadas e estão, por isso, numa situação muito difícil. É preciso apoiar estes negócios, para que, no final desta pandemia, a indústria de vestuário, que emprega mais de 90 mil pessoas, continue a garantir o crescimento dos postos de trabalho e dos rendimentos, como tem feito ao longo das últimas décadas", sustenta César Araújo, presidente da ANIVEC.
O dirigente assciativo admite, no entanto, que "a queda era esperada, até porque a situação sanitária tem piorado e muitos países têm imposto confinamentos à população com o encerramento de lojas, o que faz com que o consumo e, consequentemente, as encomendas para Portugal se ressintam".
Em 2020, as exportações de vestuário ficaram nos 2,56 mil milhões de euros, contra 3,13 mil milhões de euros em 2019, com destaque para Espanha que perdeu 368,2 milhões de euros e ficou abaixo dos mil milhões de euros (857,8 milhões). Mas as descidas também atingem os dois dígitos nos EUA (-14,7%), Países Baixos (-13,9%) e Itália (-10,1%).
Nos 12 maiores mercados do sector, apenas a Dinamarca, na 9ª posição, com 54 milhões de euros, não fechou no vermelho, apresentando um crescimento de 8%.
Na comparação entre dezembro de 2020 e o mesmo mês de 2019, a descida é menos acentuado do que no conjunto do ano, ficando nos 14,6%. E o mesmo aconteceu com novembro (14,4%) e outubro (-12,1%).
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