Este ano, o Fiscal Monitor - um dos três relatórios de análise e recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI) - não podia ser mais claro. Há o risco das consolidações orçamentais projetadas para 2021 provocarem o abrandamento da recuperação económica.
O relatório foi apresentado esta quinta-feira no blogue do FMI por Vítor Gaspar, o ex-ministro das Finanças português do período da troika, que é diretor do Departamento de Assuntos Orçamentais do FMI. A mensagem de Gaspar a partir de Washington foi clara: "Os apoios orçamentais têm de estar disponíveis até que a recuperação económica esteja bem encaminhada".
O FMI publica o Fiscal Monitor duas vezes por ano, em abril e outubro, e procedeu, agora, a uma atualização intercalar mais sintética, afinando as previsões sobre défice e dívida públicas para 2020 e 2021.
Na terça-feira, o FMI apresentou a atualização do World Economic Outlook, onde avançou com uma recessão mundial (quebra de 3,5%) menos severa do que o esperado para 2020 e um cenário ligeiramente mais otimista para a retoma em 2021 (subindo a previsão de crescimento para 5,5%).
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