Exclusivo

Economia

Vítor Gaspar avisa: consolidação orçamental prematura pode abrandar a recuperação da crise

Vítor Gaspar, ex-ministro das Finanças do período da troika, e atual diretor do Departamento de Assuntos Orçamentais do Fundo Monetário Internacional
Vítor Gaspar, ex-ministro das Finanças do período da troika, e atual diretor do Departamento de Assuntos Orçamentais do Fundo Monetário Internacional
PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP / Getty Images

Ex-ministro das Finanças português e atual diretor de Assuntos Orçamentais no Fundo Monetário Internacional (FMI) disse esta quinta-feira que "as contrações orçamentais projetadas para 2021 podem abrandar a recuperação, cujo ritmo e extensão permanecem incertos". Vítor Gaspar apresentou a atualização do Fiscal Monitor em Washington sob o lema "O apoio governamental é vital enquanto os países correm para se vacinar".

Vítor Gaspar avisa: consolidação orçamental prematura pode abrandar a recuperação da crise

Carlos Esteves

Jornalista infográfico

Este ano, o Fiscal Monitor - um dos três relatórios de análise e recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI) - não podia ser mais claro. Há o risco das consolidações orçamentais projetadas para 2021 provocarem o abrandamento da recuperação económica.

O relatório foi apresentado esta quinta-feira no blogue do FMI por Vítor Gaspar, o ex-ministro das Finanças português do período da troika, que é diretor do Departamento de Assuntos Orçamentais do FMI. A mensagem de Gaspar a partir de Washington foi clara: "Os apoios orçamentais têm de estar disponíveis até que a recuperação económica esteja bem encaminhada".

O FMI publica o Fiscal Monitor duas vezes por ano, em abril e outubro, e procedeu, agora, a uma atualização intercalar mais sintética, afinando as previsões sobre défice e dívida públicas para 2020 e 2021.

Na terça-feira, o FMI apresentou a atualização do World Economic Outlook, onde avançou com uma recessão mundial (quebra de 3,5%) menos severa do que o esperado para 2020 e um cenário ligeiramente mais otimista para a retoma em 2021 (subindo a previsão de crescimento para 5,5%).

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: Cesteves@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate