Economia

Consultores imobiliários fazem apelo a Governo e Marcelo: “Ninguém compra casa sem a visitar”

Consultores imobiliários fazem apelo a Governo e Marcelo: “Ninguém compra casa sem a visitar”
TIAGO MIRANDA

Associação e empresas como Century 21, ERA e Remax pedem autorização para visitas presenciais a habitações, para não travar vendas e arrendamentos de imóveis

Consultores imobiliários fazem apelo a Governo e Marcelo: “Ninguém compra casa sem a visitar”

Diogo Cavaleiro

Jornalista

Os consultores e mediadores imobiliários consideram ter condições para continuar a realizar visitas de potenciais compradores a casas e que a decisão de impedi-las é um convite à mediação ilegal ou um travão à venda. Para isso, colocaram mesmo uma publicidade com um apelo dirigido ao Presidente da República, mas também ao primeiro-ministro e ao ministro Adjunto e da Economia.

“Os peritos avaliadores continuam a fazer avaliações, o sector financeiro continua a fazer o crédito à habitação, os notários continuam a fazer escrituras, os proprietários podem a título particular vender casas, os construtores podem continuar a laborar e até a vender”, indica o anúncio, publicado por exemplo no jornal Público, assinado pelo presidente da APEMIP, Luís Lima, mas também pelos responsáveis da Century 21, ERA, Remax e Sotheby’s International Realty.

Segundo defendem os signatários, o confinamento impede a mediação imobiliária, mas permite toda a restante cadeia. Um convite, dizem, “à mediação ilegal”. O ponto, acrescentam, é que esta impossibilidade de visitas bloqueia as vendas de casas e os arrendamentos, já que a aquisição de uma habitação implica que se possa visitá-la. “Os meios digitais ajudam bastante, mas não são suficientes para ultrapassar este obstáculo, pois ninguém compra uma casa sem a visitar presencialmente”, continua.

“É fundamental entender que a procura de habitação decorre de alterações familiares – casamentos, divórcios, emancipação dos jovens, nascimentos, mortes, heranças e mobilidade profissional - que continuam a ocorrer, mesmo em tempos de pandemia”, lembram ainda o representante dos mediadores e os consultores, apelando a que sejam autorizadas as visitas presenciais pelos profissionais imobiliários – mesmo que com um protocolo de segurança sanitária mais elevado.

Ao Expresso, Luís Lima, que preside à Associação dos Profissionais de Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), tinha já dito, na segunda-feira, que as consequências do novo confinamento geral na atividade imobiliária era uma “tragédia”.

O confinamento foi decretado pelo Governo na semana passada, contando agora com regras mais apertadas, como tentativa de contenção da disseminação do vírus que conduz à covid-19.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt

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