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BCE cobre financiamento do Estado em 2021

BCE cobre financiamento do Estado em 2021
tiago miranda

Leão vai endividar-se em €19 mil milhões para tapar o défice e outros buracos. Compras do BCE compensam

A longa ‘mão invisível’ de Chris­tine Lagarde volta a ­atuar este ano nas contas públicas portuguesas. O ministro das Finanças não precisa de tomar nenhuma droga para a ansiedade. O valor das aquisições de títulos de dívida portuguesa que o Banco Central Europeu (BCE) pode vir a adquirir este ano supera largamente as necessidades líquidas de financiamento do Estado e quase cobre a totalidade das emissões de obrigações do Tesouro, que incluem também os operações necessárias para reembolsar dívida que vai vencer.

Apesar da redução do défice depois do disparo com a pandemia no ano passado, a dívida pública vai continuar a subir para um novo recorde nominal, em torno de €276 mil milhões. É, apesar de tudo, uma subida que representa menos de metade do salto do ano passado. Como o produto interno bruto (PIB) irá voltar a crescer depois de um ano de recessão brutal, o Governo espera uma diminuição do peso da dívida no PIB de 134,8% (um máximo histórico) para 130,9%. João Leão quer passar para Bruxelas e para os mercados financeiros o sinal de que, ao contrário de outros países, Portugal regressou à estratégia de redução da dívida.

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