Economia

Exportações têxteis perderam mais de 1,5 milhões por dia

Exportações têxteis perderam mais de 1,5 milhões por dia
Rui Duarte Silva

Sector exportou, entre janeiro e novembro, 4,2 mil milhões de euros, menos 11,6% do que em 2019

As exportações da indústria têxtil e do vestuário encolheram €560 milhões por dia nos primeiros 11 meses do ano, o que representa uma perda diária superior a €1,5 milhões, mostram os dados divulgados esta sexta-feira pelas associações do sector com base nos números do INE - Instituto Nacional de Estatística.

Entre janeiro e novembro, a fileira exportou €4,2 mil milhões, menos 11,6% do que em 2019. E para estes números contribuíram as descidas de 17,5% no vestuário (€2,4 mil milhões) e de 11,15% nos têxteis (€1,1 mil milhões), acompanhadas de uma subida de 13,4% (€756 milhões) relativa aos têxteis-lar e outros artefactos têxteis, onde entram as categorias relativas a máscaras e artigos de campismo, entre outras.

Nos 11 meses em análise, só Espanha caiu 24,6% ou €368 milhões, o que significa que a quota do país, tradicionalmente acima dos 30%, está agora nos 26%, mas França, o segundo mercado dos têxteis made in Portugal, cresceu 5,5%, para os €653 milhões.

Considerando apenas novembro, mês em que a fileira perdeu 6,8% e o vestuário 14%, em termos homólogos, o Reino Unido ganha protagonismo, com um salto de 10,3% que reflete a pressão das encomendas em cima do prazo para concretização do Brexit. Mas nos 10 maiores mercados do sector, há também subidas nos EUA (10,5%), Suíça (21,7%) e Suécia (9,8%).

Na análise dos números, César Araújo, presidente da ANIVEC, afirma que "a queda era já esperada, face ao agravamento da pandemia na Europa, que continua a ser o grande mercado da indústria portuguesa de vestuário".

"Os números de infetados continuam a subir, os governos estão a tomar medidas mais rigorosas em relação às deslocações das pessoas e ao comércio e é provável que este início de ano seja igualmente difícil para a atividade desta indústria. É, por isso, fundamental continuar a apoiar estas empresas, sob risco de vermos desaparecer parte importante deste sector que representa cerca de 90 mil postos de trabalho", sublinha.

Do lado da importação, o valor acumulado até novembro é de €3,5 mil milhões, 15% abaixo do registo de 2019.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mmcardoso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate