Economia

Têxteis: exportações de vestuário voltam a derrapar em outubro

Têxteis: exportações de vestuário voltam a derrapar em outubro
Lucília Monteiro

A queda em Espanha já passa os 30%. Só no vizinho ibérico, o setor vendeu menos um milhão de euros por dia

As exportações de vestuário caíram 12,1% em outubro face ao mesmo mês do ano passado. É um agravamento face à descida de 11,9% de setembro, a deixar claro que "a degradação da situação sanitária já se sentiu nas encomendas e, consequentemente, nas exportações de outubro, com os clientes a mostrarem-se mais receosos e a preferirem não arriscar", justifica César Araújo, presidente da ANIVEC - Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção.

Assim, nos primeiros 10 meses do ano, as empresas portuguesas de vestuário exportaram menos 17,8% ou menos 469 milhões de euros do que no mesmo período de 2019, somando 2,17 mil milhões de euros. Esta descida reflete o efeito combinado de quebras de 18,2% na UE e de 16% nos outros mercados. E reflete, em especial, uma redução de 30,1% nas encomendas de Espanha que com o grupo Inditex, dono da Zara, é o maior mercado da indústria têxtil lusa.

Feitas as contas, de janeiro a outubro, Espanha soma compras no valor de 738,8 milhões de euros, 318,6 milhões abaixo do ano passado, o que representa uma quebra superior a um milhão de euros por dia.

Mas face aos números dos primeiros nove meses do ano, as quedas acentuaram-se, também, nos Países Baixos (-17%) e nos EUA (-15,3%), assim como em França (-6%), Alemanha (-3,7%), Reino Unido (-9,9%) e Itália (-7,7%).

Para o final do ano, as previsões de César Araújo não são otimistas. "Os confinamentos e restrições que estiveram em vigor em novembro e que continuam em muitos países neste mês de dezembro deverão trazer mais más notícias para a indústria de vestuário portuguesa e a melhoria provocada pela esperança de uma solução, com as vacinas, ainda vai demorar vários meses a refletir-se no negócio", diz.

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