Economia

BCE reforça 'bazuca' em 500 mil milhões de euros

BCE reforça 'bazuca' em 500 mil milhões de euros
Ralph Orlowski/Getty Images

O Banco Central Europeu decidiu esta quinta-feira aumentar o envelope financeiro do programa de emergência de 1,35 para 1,85 biliões e estendê-lo de junho do próximo ano até março de 2022

O Banco Central Europeu (BCE), na sua última reunião do ano de política monetária, decidiu reforçar a 'bazuca' de resposta à crise provocada pela pandemia da covid-19. A medida de maior destaque é o aumento do programa de emergência lançado em março em mais €500 mil milhões.

A 'recalibragem' dos estímulos prometida pelo BCE na reunião de outubro foi ao encontro das expetativas do mercado.

A explicação em detalhe desta decisão será dada pela presidente do BCE, Christine Lagarde, na conferência de imprensa que se iniciará pelas 13h30 (hora de Portugal).

O BCE divulgará, também, as novas previsões macroeconómicas da sua equipa de economistas.

Os banqueiros centrais do euro liderados por Lagarde aprovaram um aumento em €500 mil milhões do envelope financeiro do programa especial de emergência de compra de ativos (conhecido pela sigla iglesa PEPP) lançado em março.

O montante total passa de €1,35 para 1,85 biliões, um valor que é superior ao pacote de Bruxelas até 2027 (juntando o Fundo de €750 mil milhões com o montante de €1 bilião para o quadro financeiro plurianual de 2021 a 2027).

Além do reforço do envelope financeiro, o BCE decidiu estender a duração deste programa de emergência em mais 9 meses, até, pelo menos, março de 2022.

O plano de reinvestimento do valor dos títulos adquiridos no âmbito do PEPP que forem vencendo estende-se, agora, até final de 2023. Um ano mais do que anteriormente.

O BCE continua a considerar que "a incerteza é elevada" em relação à dinâmica da pandemia (numa segunda vaga que aumentou a taxa de infeções e obrigou a novas medidas de confinamento com impacto na atividade económica do 4º trimestre) e aos efeitos do plano de vacinação no sentido da imunidade das populações.

No sentido de manter um ambiente muito favorável de liquidez à banca da zona euro, o BCE decidiu anunciar a realização de mais três operações de refinanciamento a 3 anos (conhecidas pela sigla inglesa TLTRO) entre junho e dezembro do próximo ano e mais quatro operações em 2021 das linhas de emergência conhecidas pela sigla PELTRO que têm um prazo de 12 meses.

O BCE mantém a janela de oportunidade até junho de 2022 - mais um ano do que anteriormente - para que a banca que efetivamente financie a economia real se possa financiar a taxas negativas que poderão ir até -1%.

O BCE decidiu não mexer no quadro de taxas diretoras e manteve o ritmo de compra de ativos no âmbito do programa APP (lançado em 2015) em €20 mil milhões por mês.

Os juros da dívida portuguesa a 10 anos, depois de terem caído para um mínimo de -0,04% antes do anúncio das decisões do BCE, reagiram com uma subida para -0,009%, reaproximando-se de zero.

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