Economia

Web Summit. Siza Vieira aproveita para pedir um favor a todos: "Sejam cidadãos com espírito crítico"

Web Summit. Siza Vieira aproveita para pedir um favor a todos: "Sejam cidadãos com espírito crítico"
ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Em 20 minutos de conversa houve tempo para deixar elogios aos portugueses e mensagens de otimismo sobre o futuro, o emprego, o imobiliário, o clima, a democracia e a própria Web Summit

“Por favor, envolvam-se mais nas decisões que afetam a vossa cidade, o vosso país. Sejam cidadãos com espírito crítico”. As palavras são do ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital Pedro Siza Veira, que participou esta quarta-feira numa sessão de perguntas e respostas da Web Summit.

Formação e digitalização foram as palavras mais repetidas pelo ministro, num conjunto de respostas marcado pelo tom otimista apesar do ano ser de pandemia. Um exemplo? No imobiliário, os níveis da construção “estão acima de 2019 e o investimento continua porque as pessoas querem melhores espaços para viver, para trabalhar e isso não mudou com a pandemia”. Além do mais, Portugal continua a impor-se como uma escolha que garante qualidade de vida e custos competitivos neste campo, sublinhou.

Mas no que respeita a emprego, o ministro também está otimista. Porquê? Porque os níveis de desemprego “estão significativamente abaixo do que era esperado” e a taxa de desemprego tem vindo a recuar nos últimos meses. “Conseguimos manter um nível de emprego razoavelmente estável”, afirmou.

Sem esquecer um elogio à flexibilidade e à capacidade de adaptação dos portugueses, que mais uma vez foi confirmada pelos desafios criadas pela covid-19, Siza Vieira destacou o desempenho conseguido na área da digitalização.

Por um lado, “temos muitas pessoas a lidar com tecnologia digital que há uns meses atrás diriam que não conseguiriam faze-lo", por outro “Portugal tinha um nível baixo de comércio eletrónico e de pagamentos eletrónicos comparativamente à UE e vimos, nestes meses, que os níveis de e-commerce atingiram valores semelhantes aos da Europa”, comentou. E, acrescentou, “60% das PME do retalho já estão on line, têm vendas digitais”.

Além do mais, a covid acelerou a aposta nas competências digitais dos portugueses, visível em vários domínios, do aumento das candidaturas para cursos do ensino superior, na área das ciências e da tecnologia, ao campo da formação profissional. “Acredito que um dos efeitos desta pandemia é o reconhecimento da importância das competências digitais no mundo do trabalho”, sublinhou o ministro, referindo o objetivo de dar formação e novas competências neste campo às pessoas com mais de 35 anos.

E quanto ao futuro? Siza Vieira acredita que irá ser um mix de “novas tendências, com mais economia digital, mais sociedade digital” e de regresso “ao normal”, porque “estamos ansiosos para voltar a sair, ir a restaurantes, viajar, passar tempo fora de casa, ir a espetáculos. Os concertos e os festivais vão voltar em força", diz. E exemplo de tudo isto, pode ser já a próxima edição da Web Summit, em 2021, que o ministro antecipa como “um grande sucesso”, confiante na vontade das pessoas voltarem a Lisboa, aproximarem-se do rio, aproveitarem a luz da cidade e a noite da capital.

Na era digital, Siza Vieira quis deixar clara a importância da formação e da informação, no mundo do trabalho, mas também na vida social e na política. Afinal, “partilhamos com todas as espécies do planeta a biosfera, mas somos diferentes de todas as outras espécies, precisamente por sermos animais políticos e sociais”, diz, sublinhando a importância de saber selecionar a informação credível, não acreditar em tudo o que circula nas redes socais, participar nas discussões e decisões que afetam a comunidade. A ideia é, desta forma, “ter mais democracia” e “ter menos populismo”, resumiu.

E não esqueceu uma referência ao efeito da pandemia na consciência ambiental. "A pandemia criou determinação para acelerar as preocupações com o ambiente e mitigar as mudanças climáticas". Aliás, Siza Vieira espera que a chegeda de Joe Biden à presidência dos Estados Unidos permita o regresso da maior economia do mundo ao Acordo de Paris.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mmcardoso@expresso.impresa.pt

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