Costa liga a Lagarde para garantir que vai cumprir obrigações com o Novo Banco

Primeiro-ministro reitera junto da líder do Banco Central Europeu, supervisor do Novo Banco, que Portugal respeita a lei e os compromissos contratuais
Primeiro-ministro reitera junto da líder do Banco Central Europeu, supervisor do Novo Banco, que Portugal respeita a lei e os compromissos contratuais
Jornalista
António Costa ligou a Christine Lagarde, a presidente do Banco Central Europeu, para assegurar que vai cumprir todas as suas obrigações para com o Novo Banco. Uma garantia deixada depois de o Parlamento rejeitar que saia um cêntimo do Fundo de Resolução para capitalizar a instituição financeira.
No telefonema, relata o primeiro-ministro na sua conta no Twitter, Costa diz ter transmitido todo o empenho em cumprir "todos os compromissos assumidos aquando da venda do Novo Banco".
O Parlamento aprovou o Orçamento do Estado para 2021 mas sem qualquer verba para o Fundo de Resolução despender com o Novo Banco, depois de uma proposta de alteração do Bloco de Esquerda ter sido aprovada com os votos favoráveis de PSD, PCP, PEV, Chega e Joacine Katar Moreira. Essa proposta indica que irão zero euros do Fundo de Resolução para o Novo Banco, em vez dos 476 milhões pretendidos pelo Executivo.
Só que o Fundo de Resolução tem, desde 2017, de cumprir capitalizações no Novo Banco, à luz dos acordos fechados com o Estado português e a Lone Star, a dona do banco. O Fundo teria de estar disponível para colocar até 2026 um total de 3,89 mil milhões de euros. Desse total já foram postos 3 mil milhões e o Novo Banco pode ainda pedir 900 milhões de euros. Só que agora, pelo menos em 2021, está mais difícil: com o novo OE, o Fundo, que funciona junto do Banco de Portugal, não tem como cumprir a obrigação perante o banco no próximo ano. Pelo menos por agora.
António Costa já tinha garantido no Parlamento que os compromissos assumidos pelo Estado seriam cumpridos e agora deixou essa mesma posição de viva voz a Lagarde, a líder do BCE, que é o supervisor máximo do Novo Banco - e está acima do Banco de Portugal na supervisão financeira.
Entretanto, o Governo procura alternativas e, para já, o ministro das Finanças, João Leão, admitiu que poderia vir a pedir a fiscalização sucessiva da norma aprovada pelo BE junto do Tribunal Constitucional.
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