Economia

Siza Vieira avança soluções para capitalizar as empresas antes do fim das moratórias

Siza Vieira avança soluções para capitalizar as empresas antes do fim das moratórias
Luis Barra

O ministro da Economia Siza Vieira, no encerramento da conferência “Fábrica 2030”, organizada pelo ECO afirma que a solução para capitalizar as empresas quando chegar o fim das moratórias pode passar por uma combinação de soluções como conversão de dívida em capital ou injeção de capital. O anúncio de que o Governo estava a trabalhar numa solução foi avançada pelo Expresso em meados de outubro

O ministro da Economia Pedro Siza Vieira adiantou que o Governo vai anunciar no primeiro semestre de 2021 que tipo de soluções serão lançadas para recapitalizar as empresas antes do fim das moratórias.

No encerramento da conferência "Fábrica 2030", organizada pelo ECO, Siza Vieira avançou alguns detalhes sobre o desenho do que podem vir a ser as soluções que servem para evitar problemas nas empresas e na banca.

"“Isto vai passar por uma combinação de soluções desde converter dívida em capital até injeção de capital novo que precisa de robustecer o balanço das empresas, preparando-as para a retoma”, adiantou o ministro, na conferência do ECO.

Recorde-se que as moratórias de crédito já foram prolongadas por duas vezes, a última das quais confere um prazo até ao final de setembro de 2021. E em entrevista ao Expresso, em outubro, o ministro já tinha avançado que o Governo estava a trabalhar neste tipo de solução quando chegasse o fim das moratórias

O governante lançou um apelo aos empresários para "aguentarem uns meses até que os clientes regressem", admitindo que "o outono e inverno está a ser mais difícil do que se antecipava", embora haja uma luz ao fundo do túnel já que as notícias sobre a chegada de vacinas eficazes contra o covid-19 poderá acontecer no primeiro trimestre de 2021.

“A normalização da procura precisa de uma estabilização da situação sanitária" e é por isso que "a disponibilização de vacinas eficazes e seguras já no primeiro trimestre do próximo ano pode ajudar-nos um pouco nesta tarefa", sublinhou.

Ainda assim, o ministro da Economia alertou para o facto de ser preciso dar particular atenção aos sectores da indústria “onde o saber fazer, as competências críticas em matéria de recursos humanos de gestão, as ligações internacionais com fornecedores e com o sistema científico e tecnológico são mais difíceis de reconstruir”.

No evento que decorreu esta terça-feira, Siza Vieira destacou que entre as várias medidas ao dispor das empresas para superarem a crise está o "grande impulso fiscal", já nos próximos anos o regime fiscal vai permitir abater integralmente os prejuízos fiscais registados este ano e em 2021 nos lucros tributáveis, como aprovou a Assembleia da República no Orçamento Suplementar.

"Os prejuízos fiscais gerados no exercício de 2020 e 2021 vão poder ser integralmente recuperados ao longo de 12 anos", sublinhou Siza Vieira. Para concluir que "tendo em conta os prejuízos fiscais que antecipamos este ano e no próximo, diria que é provavelmente a maior redução de impostos às empresas que vimos nas últimas décadas por esta via“.

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