Vestuário lança alerta: perde 435 milhões até setembro e ainda não contabiliza o impacto da segunda vaga de covid-19

"A recuperação está longe de acontecer», afirma César Araújo, presidente da ANIVEC
"A recuperação está longe de acontecer», afirma César Araújo, presidente da ANIVEC
Jornalista
A indústria do vestuário fez contas aos números do INE - Instituto Nacional de Estatísticas sobre as exportações portuguesas e conclui que já perdeu 435 milhões de euros ou 18,5% na frente externa até setembro". No total, entre janeiro e setembro as exportações do sector que mais pesa no conjunto da indústria portuguesa de têxteis e vestuário atingiram 1,91 mil milhões de euros.
Para Espanha, o principal mercado, a quebra soma 31,4% (de 940 para 645 milhões) , sublinha a ANIVEC - Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção, liderada por César Araújo. Mas as quedas são generalizadas no top 10 de principais destinos do vestuário português, incluindo, por ordem decrescente de importância, França (-6,4%), Alemanha (-5,5%), Reino Unido (-10,7%), Itália (-7,7%) e EUA (-14,8%).
Outro ponto de preocupação para o sector é o facto de, considerando apenas o valor mensal, a descida homóloga em setembro (11,9%) ter-se agravado face a agosto (5,2%).
"A indústria de vestuário encontra-se numa situação difícil desde o início da pandemia e os números das exportações de setembro vêm comprovar que a recuperação está longe de acontecer", comenta César Araújo.
E sublinha: "Estes dados ainda não refletem o impacto da segunda vaga de Covid-19 que está a afetar toda a Europa e que vai, com certeza, pesar sobre este sector, que é o segundo mais afetado a seguir ao turismo. O confinamento que está já a ser implementado nos diferentes países vai prejudicar enormemente o negócio e não há qualquer vislumbre de recuperação no horizonte".
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mmcardoso@expresso.impresa.pt