Caixa aumenta imparidades e lucro recua 39%
Imparidades e provisões para garantias bancárias ascendem a 220 milhões nos primeiros nove meses
Imparidades e provisões para garantias bancárias ascendem a 220 milhões nos primeiros nove meses
Jornalista
Mais um banco a apresentar resultados dos primeiros nove meses do ano, mais um banco a reportar uma quebra de lucros face ao mesmo período de 2019.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou uma quebra de 39% dos lucros, que se fixaram em 392 milhões de euros entre janeiro e setembro.
Este resultado representa uma rendibilidade sobre os capitais de 6,6%, abaixo dos objetivos acordados com a Comissão Europeia.
“Nos primeiros nove meses, registou-se um reforço de imparidades de crédito e de provisões para garantias bancárias de 220 milhões de euros”, adiantou Paulo Macedo, na conferência de imprensa de apresentação de resultados, que ocorreu esta quinta-feira, 5 de novembro.
A CGD registou um resultado extraordinário de 51 milhões relativo ao fundo de pensões, o que ajudou a aliviar a queda do lucro.
Contudo, o aumento das imparidades - quando havia reversões há um ano - não foi a única razão para a descida dos lucros. O negócio bancário também está a ressentir-se. A margem financeira (diferença de juros cobrados e juros pagos) recuou 9%, contribuindo para a diminuição de 12% do produto bancário. Por outro lado, os custos de estrutura cederam 10%, tanto na área de encargos com pessoal como nos gastos administrativos.
Em termos de capital, o rácio mais exigente situou-se em 17,2% em setembro, acima dos 15,7% homólogos.
A Caixa registou uma descida de 1,9% na carteira de crédito, totalizando 41,3 mil milhões de euros, subindo apenas no segmento de empresas (também devido a medidas como a concessão de crédito garantido pelo Estado).
Na qualidade da carteira de crédito, houve uma melhoria nos primeiros nove meses do ano, já que 4,2% do crédito da CGD estava classificado como incumprimento em setembro, quando o rácio de malparado (NPL) se colocava em 6,6% um ano antes.
Já os depósitos cresceram 9% para 61 mil milhões de euros, ajudados pela captação de poupanças em Portugal, mas não na atividade internacional.
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