Os investidores já antecipavam a possibilidade de incerteza em relação aos resultados das eleições norte-americanas nos primeiros dias, por isso, na semana passada ajustaram em baixa, preparando-se para uns dias de turbilhão, afirmam analistas ouvidos pelo Expresso. O ambiente depressivo resultou também de piores perspetivas para a economia mundial no quarto trimestre, cujas nuvens negras se adensaram à medida que se foi percebendo que o confinamento ia ser adotado numa grande generalidade dos países, sublinham. Um balde de água fria para os mercados já que no terceiro trimestre tinha havido recuperação e a perspetiva era otimista e de ganhos.
As perdas nos principais mercados internacionais situaram-se na semana passada na sua grande maioria acima dos 5%, antecipando a incerteza. Os índices norte-americanos Dow Jones e Nasdaq acumularam uma desvalorização de 6,5% e 5,5%, respetivamente. O índice alemão Dax recuou 8,6%, o francês CAC 40 caiu 6,4% e o espanhol IBEX 6,4%. Milão perdeu 7%, Londres 4,8% e Lisboa 4,7%.
Embora os investidores simpatizem mais com as políticas de Donald Trump, nomeadamente em matéria fiscal, veriam como mais positiva uma vitória de Joe Biden pela estabilidade que traria à política económica internacional. As relações de hostilidade face à China promovidas pela administração Trump travam o crescimento, e a política anti-imigração tiram a prazo vitalidade à economia norte-americana.
Uma vitória de Joe Biden seria vista como mais positiva para a Europa uma vez que representaria potencialmente uma melhoria das relações comerciais entre o velho continente e os EUA.
A incerteza vai ser a nota dominante nos próximos dias nos mercados internacionais e a instabilidade trazida pela perspetiva de uma batalha judicial à vista poderá trazer volatilidade às bolsas.
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