Navigator recupera no terceiro trimestre
Depois de parar as máquinas de papel pela primeira vez na sua história, volume de negócios cresceu 20%
Depois de parar as máquinas de papel pela primeira vez na sua história, volume de negócios cresceu 20%
Jornalista
A The Navigator Company fechou os primeiros nove meses do ano com lucros de 75,2 milhões de euros, 49% abaixo do mesmo período de 2019, mas a empresa fala de "uma melhoria significativa da sua atividade no terceiro trimestre", puxada pela reabertura das economias e a recuperação progressiva da procura de papel.
Em comunicado enviado à CMVM esta terça-feira, a produtora de papel, destaca um aumento de 20% no volume de negócios entre o segundo e o terceiro trimestres, para os 348 milhões de euros, e uma recuperação de 36% no EBITDA, para os 70 milhões de euros. Quanto aos lucros, somaram 31 milhões de euros entre julho e setembro (+133%).
"A rápida adaptação às alterações de mercado e o consequente esforço comercial, o bom desempenho operacional do negócio de pasta e de tissue, assim como uma rigorosa atuação ao nível dos custos, permitiram registar uma forte geração de cash flow livre e incrementar de forma significativa os resultados face ao trimestre anterior", explica a empresa que no segundo trimestre do ano teve de parar, pela primeira vez na sua história, as máquinas de papel, como sublinha no comunicado.
No comunicado, a empresa liderada por António Redondo informa, no entanto, que o volume de negócios até setembro caiu 18,1%, para 1.044 milhões de euros, com a quota das vendas de papel nos 68%m seguida das da pasta (11%), tissue e energia, ambas com 10%.
O grupo refere que sob o efeito da covid-19, o negócio de papel UWF registou um volume de vendas de 934 mil toneladas (-14% em termos homólogos) , com as vendas de pasta e de tissue a "compensaram parcialmente" esta quebra e a apresentarem aumentos de 39% para 297 mil toneladas, e de 7% para 79 mil toneladas, respetivamente.
O EBITDA até setembro teve uma quebra homóloga de 30%, para 210,5 milhões de euros. "A redução expressiva dos custos de produção variáveis e a forte contenção de custos fixos permitiu atenuar a quebra dos preços de venda e a obtenção de uma margem EBITDA/vendas acima de 20% (-3,4 pontos percentuais", diz a empresa.
Já os custos financeiros até setembro somam 9,1 milhões, o que representa uma melhoria homóloga de 2,3 milhões de euros.
No que respeita à geração de cash flow livre, o grupo atingiu os 170,4 milhões , com o investimento a totalizar 69,7 milhões (-49%).
O endividamento líquido teve uma redução de 132 milhões de euros, para 644 milhões de euros,com o rácio de dívida líquida/ EBITDA em 2,28 X. A liquidez em caixa foi reforçada para 345 milhões de euros.
Nos destaques da atividade do trimestre, a Navigator refere, ainda, o projeto da nova caldeira de biomassa da Figueira da Foz, com arranque de testes em setembro e a expetativa de reduzir as emissões de CO2 da fábrica em 81% a par de uma "poupança de custos significativa".
Quanto ao futuro, "embora persista o risco de uma segunda vaga da situação pandémica, com uma amplitude e com impactos ainda difíceis de estimar, o grupo tem vindo a registar alguns sinais positivos, nomeadamente um maior dinamismo na entrada de encomendas do mercado europeu nas últimas semanas, que permitem antever que a recuperação do mercado se prolongue no quarto trimestre.O nível de encomendas no início de outubro aumentou para perto de 30 dias, encontrando-se, contudo, a entrada de encomendas fora da Europa e dos EUA num nível ainda muito incipiente”, diz a empresa.
A empresa, que no segundo trimestre teve de parar pela primeira vez na sua história as máquinas de papel, Para o último trimestre do ano, estão agendados alguns dias de paragem de manutenção nas fábricas de pasta de Aveiro e Setúbal e nas máquinas de papel de Setúbal, "sendo que se irão realizar as paragens de manutenção anual nas fábricas de tissue de Aveiro e de Vila Velha de Ródão".
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