KPMG recorre da multa de €1 milhão decretada pela CMVM por falhas no caso BES
Consultora diz que já procedeu à impugnação judicial e acusa o supervisor de "falhas graves na aplicação da lei e nas normas de auditoria"
Consultora diz que já procedeu à impugnação judicial e acusa o supervisor de "falhas graves na aplicação da lei e nas normas de auditoria"
A consultora KPMG avança que já recorreu judicialmente com vista a impugnar a multa decretada pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), no valor de €1 milhão, por falhas no caso BES, segundo alegou o supervisor.
A consultora diz ter "absoluta convicção que conseguiu do tribunal competente a razão que lhe assiste", aponta que "os factos alegados pela CMVM não correspondem minimamente à realidade", acusando o supervisor de "falhas graves na aplicação da lei e na interpretação das normas de auditoria" e de não ter realizado "sequer as diligências de prova que seriam exigíveis para validar muitos dos casos que invoca".
A CMVM publicou no seu site, e com caráter de condenação definitiva, um conjunto de acusações à auditora do Banco Espírito Santo (BES), que resultaram na multa única de €1 milhão, incluíndo o facto da consultora não ter “documentado adequadamente, nos seus papéis de trabalho/dossier de auditoria, os procedimentos de auditoria efetuados e a prova de auditoria obtida sobre o ‘crédito a clientes’ de um componente significativo do Grupo" nas suas contas de 2013 e 2014.
A KPMG é ainda acusada pelo regulador de ter prestado "informações falsas" ao Conselho Nacional de Supervisão de Auditoria, associadas a “factos de que teve conhecimento, no âmbito da revisão legal/auditoria sobre demonstrações financeiras consolidadas" de exercícios de 2011 e 2012.
A KPMG garante "não ter prestado qualquer informação falsa aos supervisores" e que transmitiu "as informações relevantes de que dispunha a cada momento, de forma transparente, leal e verdadeira".
Enquanto auditora externa do Banco Espírito Santo (BES), a KPMG frisa ainda ter tido "um papel decisivo na deteção, quantificação e reporte às autoridades de supervisão dos problemas que, afinal, determinaram a intervenção do Banco de Portugal no BES, em agosto de 2014", pelo que considera "insuportável" que isso "se apague da história".
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