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Economia

Vamos mesmo gastar mais com o IVAucher e o corte no IRS?

A cultura vai beneficiar do desconto no IVA, porém, como há poucos eventos agendados para o início de 2021, o sector poderá não ganhar com a medida. A 1 de junho, o espetáculo do humorista Bruno Nogueira encheu o Campo Pequeno
A cultura vai beneficiar do desconto no IVA, porém, como há poucos eventos agendados para o início de 2021, o sector poderá não ganhar com a medida. A 1 de junho, o espetáculo do humorista Bruno Nogueira encheu o Campo Pequeno

A irracionalidade, somada à atração por descontos e ao facto de aumentar o dinheiro na carteira, podem levar os portugueses a gastarem mais. Porém, na decisão do consumidor pesará sempre o valor do benefício e a facilidade em obtê-lo. Ou seja, se o desconto no IVA for demasiado complexo e a redução nas taxas de retenção mensal do IRS irrelevante fica comprometido o sucesso de ambas as medidas enquanto estímulos para a economia

Há unanimidade sobre o facto de as medidas que incentivem o consumo serem positivas, em particular as que auxiliam as atividades mais afetados pela atual crise. No entanto, as dúvidas surgem quando se questiona a eficácia do IVAucher — um desconto equivalente ao valor do imposto suportado com despesas de restauração, alojamento e cultura — e da redução das taxas de retenção na fonte do IRS enquanto estímulos para as famílias gastarem mais e animarem a economia.

Em primeiro lugar, para se estimar o efeito real das duas iniciativas de âmbito fiscal — lançadas pelo Governo no âmbito da proposta de Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021) — é preciso conhecer como será operacionalizado o cupão do IVA e quanto rendimento adicional terão as famílias com o corte nas retenções. Os consumidores gostam de descontos e ter mais dinheiro na carteira também serve de incentivo, mas o seu comportamento só será condicionado se o benefício for palpável e de fácil obtenção. O Expresso falou com economistas, fiscalistas e representantes dos empresários, que concordam com a possibilidade de um impacto positivo no consumo, porém isso não quer dizer que ambas as medidas contribuam, de facto, para dar gás à retoma.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ASSantos@expresso.impresa.pt

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