Estudo da ERSE aponta fraca literacia dos consumidores em matéria de energia

O primeiro estudo da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) sobre o conhecimento que os consumidores têm em matéria de energia aponta para um baixo nível de literacia, sobretudo entre as famílias, que registam uma pontuação de 42,8 numa escala de zero a 100. Entre as empresas o índice de literacia energética ficou em 49,7.

O estudo encomendado pela ERSE foi conduzido pela empresa QMetrics, que realizou 405 entrevistas a particulares e 407 a responsáveis de empresas, entre março e maio deste ano.

A análise mostra que entre os particulares há um terço que desconhece a existência de um mercado regulado e um liberalizado, enquanto 64,4% conhece a existência dos dois mercados. Entre as empresas, o conhecimento sobre os mercados regulado e liberalizado ascende a 80,5%.

Por outro lado, apenas um em cada quatro consumidores domésticos (24,4% em rigor) sabe que existem simuladores que permitem comparar os preços dos diversos comercializadores, e mesmo nas empresas o número não é muito mais elevado: só 28% dos inquiridos nas empresas disse saber existirem simuladores.

O estudo mostra, adicionalmente, que muitos consumidores, sobretudo particulares, têm ainda dificuldade em distinguir as várias empresas do grupo EDP por área de atividade, apesar de recentemente o regulador ter obrigado a EDP a mudar o nome da EDP Serviço Universal para SU Eletricidade e o da EDP Distribuição para E-Redes, precisamente para distinguir os negócios regulados dos liberalizados (EDP Comercial e EDP Produção).

"De notar que uma elevada percentagem dos consumidores particulares (57,8%) e também muito significativa dos consumidores empresariais (45,2%), não sabem que tipo de rubricas ou itens se encontram na fatura de eletricidade", pode também ler-se nas conclusões do estudo.

Por outro lado, uma percentagem elevada de consumidores diz saber ser possível produzir a sua própria eletricidade (nomeadamente no regime de autoconsumo), com números que ascendem a 89% da amostra de particulares e 91% nas empresas.