Economia

5G: NOS considera regras para o concurso "ilegais, inaceitáveis e desastrosas"

Miguel Almeida, presidente da Comissão Executiva da NOS
Miguel Almeida, presidente da Comissão Executiva da NOS
José Carlos Carvalho

A NOS considera que as regras do leilão da quinta geração móvel (5G) "são absolutamente ilegais, inaceitáveis e desastrosas" para o setor e para o país. Uma reação que ocorre depois de o grupo Vodafone ter dito que pondera "licitar menos espectro" ou até "não licitar" no leilão do 5G em Portugal

A guerra entre os operadores de telecomunicações e a Anacom por causa das regras do concurso de quinta geração de telecomunicações móveis (5G) subiu de tom, com a Vodafone a ameaçar não participar no concurso em Portugal. O regulador ainda não publicou o regulamento final do concurso para atribuição da licença de 5G, mas os operadores têm considerado que as regras previstas no projeto inicial são discriminatórias e favorecem os potenciais novos operadores de forma ilegal.

A NOS considerou esta quinta-feira que as regras do leilão do 5G "são absolutamente ilegais, inaceitáveis e desastrosas" para o setor e para o país. A reação do surge depois de o grupo Vodafone ter dito que pondera "licitar menos espectro" ou até "não licitar" no concurso do leilão de 5G, que deverá realizar-se este ano.

Questionada pela Lusa sobre se admite ter uma posição semelhante à da Vodafone, a NOS não respondeu. "As regras do leilão, tal como as conhecemos, são absolutamente ilegais, inaceitáveis e desastrosas para o setor e para o país", disse fonte oficial da operadora de telecomunicações, citada pela Lusa.

A mesma fonte salientou que este regulamento "compromete irremediavelmente a concorrência e o investimento no setor, e, consequentemente, a desejada transição digital das empresas, do setor público e da população, bem como a coesão territorial e social".

"Se as regras não forem alteradas estaremos a condenar Portugal à irrelevância na futura economia digital, prejudicando, assim, de forma irreversível a competitividade das empresas e a evolução do nível de vida dos portugueses", rematou a mesma fonte.

Serpil Timuray, a responsável do grupo Vodafone pela região da Europa de que Portugal faz parte, designada Cluster Europa, disse em entrevista à Reuters que as regras propostas pela Anacom para o regulamento do leilão do 5G são ilegais e discriminatórias.

"Enquanto responsável pela definição dos investimentos canalizados para a região que lidera, e na qual se integra a Vodafone Portugal, a líder executiva do Cluster Europa pondera reconsiderar todas as opções do grupo em Portugal, incluindo 'licitar por menos espectro ou não licitar' se as regras não forem alteradas", explicou fonte oficial da Vodafone à Lusa.

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