Presidente da TVI: eventual OPA de Mário Ferreira circunscreve-se “a quadro acionista”

Manuel Alves Monteiro diz aos trabalhadores que titularidade do capital não é o grande desafio do dia-a-dia da Media Capital
Manuel Alves Monteiro diz aos trabalhadores que titularidade do capital não é o grande desafio do dia-a-dia da Media Capital
Jornalista
Mário Ferreira pode ter de lançar uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a Media Capital, a dona da TVI, por determinação do polícia dos mercados, e, para tentar acalmar os trabalhadores da empresa, o presidente executivo da TVI, Manuel Alves Monteiro, enviou uma mensagem para assegurar que a possível OPA não implica mais do que mudanças no quadro acionista.
“Apesar de inesperada, esta decisão, a ser confirmada em definitivo pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), terá um impacto que se circunscreve ao quadro acionista da companhia”, assegurou Manuel Alves Monteiro na mensagem que, enquanto administrador delegado, enviou aos trabalhadores da Media Capital, empresa que controla a TVI.
Na sexta-feira passada, a CMVM anunciou a sua decisão preliminar sobre a concertação acionista entre a Pluris, de Mário Ferreira, e a Prisa, na Media Capital. Isto porque, quando, em maio, o empresário comprou 30% da Media Capital ao grupo espanhol, assinou também um acordo parassocial que mostrava que, juntos, tomavam algumas decisões, como a limitação sobre a quem o outro poderia vender as suas ações.
Por ver essa concertação, a autoridade dos mercados avisa que a Pluris pode ter de lançar uma OPA sobre as posições acionistas que não detém na empresa (são cerca de 5%) - Mário Ferreira terá agora de dar a sua opinião em dez dias úteis, e só depois haverá a decisão final da CMVM sobre a obrigatoriedade de uma oferta.
“A titularidade do capital do Grupo Media Capital – não podendo ser um assunto que nos seja indiferente – não é o nosso grande desafio do dia-a-dia, nem pode condicionar ou desviar atenções daquela que é a nossa verdadeira missão”, continua Manuel Alves Monteiro na mensagem aos trabalhadores a que o Expresso teve acesso.
A par da possível OPA de Mário Ferreira, também está em avaliação a oferta anunciada pela Cofina – há, neste momento, um auditor independente a fazer o cálculo do preço da OPA.
Neste momento, a Prisa detém 64% da Media Capital, tendo acordo para a venda de toda esta participação a vários investidores, desde a Triun, de Paulo Gaspar, a Cristina Ferreira e a Tony Carreira. Mário Ferreira é dono de 30%. Há uma parcela de cerca de 5,05% nas mãos do grupo espanhol Abanca e ainda 0,26% na posse de outros pequenos investidores, como Miguel Pais do Amaral. A possível OPA de Mário Ferreira é só apenas sobre estes últimos dois: o Abanca e o capital disperso em bolsa.
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