Pandemia atraiu “abutres” do imobiliário, mas sector está a resistir
Operadores do sector preveem que 2020 termine com um saldo positivo de 2.700 milhões de euros, apesar do crescimento de “investidores oportunistas”, escreve o “Jornal de Negócios”
Operadores do sector preveem que 2020 termine com um saldo positivo de 2.700 milhões de euros, apesar do crescimento de “investidores oportunistas”, escreve o “Jornal de Negócios”
“Há muitos investidores oportunistas a acompanhar de perto o nosso mercado [imobiliário], à espera de vendas forçadas pela parte de proprietários em dificuldade – sobretudo no sector hoteleiro”. As palavras são de Paulo Sarmento, diretor de mercados de capitais da Cushman & Wakefield, que explica que apesar do imobiliário português continuar a atrair “investidores de grande prestígio internacional”, a pandemia abriu a porta a “investidores oportunistas” à espera de saldos. Ainda assim, os operadores acreditam que o ano poderá ser positivo, escreve esta quarta-feira o “Jornal de Negócios”.
Paulo Sarmento confia que as moratórias de rendas e de empréstimos bancários deverão ser suficientes para permitir que estes proprietários resistam a baixar os preços até ao segundo semestre de 2021.
Dado que esta crise não tem origem na banca, não se espera uma bolha no imobiliário que resulte numa quebra acentuada dos preços. “Atualmente, a previsão de investimento no imobiliário de rendimento é de 2.700 milhões de euros e pode vir a pôr 2020 no terceiro ano de maior investimento que alguma vez já observámos neste segmento, suportado por uma mão-cheia de transações de grande dimensão. Felizmente, estamos a atingir valores de investimento superiores aos verificados nas anteriores crises financeiras”, comenta por sua vez Nuno Nunes, diretor de mercados de capitais da CBRE.
No entanto, a evolução da pandemia no futuro será decisiva - e a correspondente resposta dos governos. e as coisas evoluírem de novo para regimes de confinamento (ou de redução significativa da mobilidade), acentuar-se-ão a dificuldade de visitar imóveis e o sentimento de incerteza. Se a pandemia se mantiver razoavelmente controlada, teremos provavelmente maiores níveis de atividade ocupacional e transacional e alguma recuperação de preços”, conclui Paulo Sarmento.
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