Em julho, na reta final da auditoria externa da Deloitte ao BES/Novo Banco (divulgada no mês passado), o diretor de auditoria interna, Luís Seabra demitiu-se. Segundo apurou o “Público” junto de fontes do banco, o diretor saiu em discordância com uma eventual falta de empenho da administração em ir mais além dos mínimos exigidos pela lei para apurar dados adicionais sobre os últimos beneficiários dos activos vendidos pelo Novo Banco.
A função do departamento de auditoria interna, explica o jornal, é o de assegurar que as boas práticas são respeitadas, certificando-se que as operações de venda de activos decorreram de acordo com as normas em vigor. Para agir de acordo com a lei, basta ao vendedor receber a comunicação das sociedades gestoras dos fundos de investimento (as adquirentes dos activos) de que os seus participantes não possuem posições superiores a 25%, sem se preocupar em chegar aos beneficiários finais dos activos.
Ora, a auditoria aponta que a equipa de gestão do Novo Banco, liderada por António Ramalho e que vai esta terça-feira ao Parlamento, mostrou falta de empenho do banco em saber quais são os verdadeiros e últimos compradores dos seus activos, sem ter em consideração se o negócio iria gerar perdas para os contribuintes. 
Oficialmente, a saída de Luís Seabra do Novo Banco deveu-se a este ter recebido uma proposta para trabalhar na Associação Nacional das Farmácias. De acordo com o Novo Banco, o seu antigo diretor “foi convidado, e aceitou, abraçar um novo projecto de carreira fora do Banco”. Contactado pelo “Público”, o Fundo de Resolução não se pronunciou.
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