A semana arrancou negativa para a Tesla e, por arrasto, para o índice Nasdaq, que reúne as empresas de tecnologia cotadas na bolsa americana. Depois de na passada sexta-feira ter sido surpreendida com a não inclusão no índice de referência S&P 500, a fabricante de automóveis 100% elétricos fechou esta terça-feira a perder 21,06% para os 330,82 dólares, naquela que é a maior queda diária da história da empresa. A Tesla perdeu 70 mil milhões de dólares com esta quebra e fez afundar o índice tecnológico Nasdaq em 4,11% para 10.847,69 pontos.
A empresa liderada por Elon Musk está positiva no ano em cerca de 400%, mas o mercado reagiu mal à sua não inclusão no índice de referência S&P 500. Apesar de a empresa ter apresentado lucros no segundo trimestre do ano, cumprindo o requisito de somar quatro trimestres consecutivos de resultados positivos, o único que lhe faltava para integrar o S&P 500, a Tesla acabou por ficar de fora do índice alargado de Wall Street numa decisão que surpreendeu analistas e investidores.
O impacto desta exclusão não tardou e na primeira sessão de negociações da semana nas bolsas norte-americanas, esta terça-feira (depois de uma interrupção para comemoração do Dia do Trabalhador), a empresa esteve em queda livre. A Tesla encerrou a perder 21,06% para 330,21 dólares, destronando mesmo a sua maior perda, em valores de fecho, em janeiro de 2012, altura em que a empresa afundou 19,3%.
Os analistas e investidores interpretam a queda da Tesla com a não inclusão no índice S&P 500, mas também com o ressurgimento das tensões entre EUA e China e o aumento das preocupações em relação à recuperação económica.
O tombo da Tesla forçou também a queda do índice tecnológico Nasdaq em 4,11% para 10.847,69 pontos. O índice soma já uma quebra de 10% desde 2 de setembro. Na verdade, a passada semana já foi de tensão para o índice tecnológico. Na quinta-feira, 5 de setembro, o Nasdaq já tinha caído 5%, refletindo a pressão vendedora registada sobre os títulos das grandes tecnológicas norte-americanas.
Nas negociações do dia, os gigantes Amazon, Facebook, Apple, Microsoft e Google, saíram entre 4% e 7% e a própria Tesla já afundava 9,3%. Depois de terem sido, durante a pandemia, as grandes impulsionadoras das bolsas norte-americanas, as tecnológicas enfrentam agora perdas significativas.
O receio dos analistas é de que se esteja a criar uma "bolha" no sector tecnológico após a rápida recuperação que este registou com a pandemia, ainda que algumas tecnológicas se continuem a destacar pela positiva.
Na sessão desta terça-feira, no Nasdaq esteve em destaque a fabricante de camiões elétricos Nikola. As ações da empresa valorizaram 40%, depois de a General Motors anunciar a entrada no capital da empresa.
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