“O que parecia ser um banco bom não era”, diz Byron Haynes, presidente do Conselho Geral e de Supervisão do Novo Banco

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Dois anos depois de ter dado a primeira entrevista ao Expresso, em junho de 2018, Byron Haynes afirma que as críticas e acusações feitas nos últimos meses pela classe política não o surpreendem. E que a auditoria aos atos de gestão da Deloitte ao BES e ao Novo Banco entre 2000 e 2018, conhecida esta semana, responde não só à origem dos créditos que provocaram perdas de €4 mil milhões, todos anteriores a 2014, como às polémicas e suspeitas de que a venda de ativos e créditos foi feita ao desbarato com prejuízo para o Fundo de Resolução. O gestor revela ainda ter ficado “chocado” pelo facto da gestão de o BES até 2014 “ter usado todos os mecanismos possíveis para diferir riscos e problemas para o futuro”.
A auditoria revela perdas de €4 mil milhões e aponta um conjunto de insuficiências e deficiências graves, sobretudo até 2014. Analisa operações através das quais os ativos foram vendidos muito abaixo do valor a que estavam contabilizados, com a Lone Star já como dona do Novo Banco. Porque é que esses ativos foram vendidos a preços tão baixos?
Primeiro que tudo gostaria de dizer que esta entrevista só acontece porque finalmente a auditoria da Deloitte foi concluída. Tenho agora oportunidade de responder e esclarecer um número de acusações e críticas que partem de pressupostos errados levantadas nos últimos quatro meses. Não estou aqui para falar da auditoria especial mas sim para clarificar os factos. Antes disso, preciso de dizer que tenho 25 anos de experiência na banca e este é um dos pedidos mais detalhados e robustos a que já assisti, cobre 18 anos, a Deloitte pediu e analisou milhares de documentos que cobrem milhares de operações. É um trabalho muito detalhado e implicou um esforço enorme do Novo Banco para entregar toda a informação pedida. E estou muito satisfeito pelo facto de este trabalho ter sido concluído.
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