Economia

Cristina Ferreira refuta indemnização de 20 milhões de euros que SIC exige

Cristina Ferreira refuta indemnização de 20 milhões de euros que SIC exige
Ana Baião

Canal de televisão do grupo Impresa, a que pertence o Expresso, avançou com pedido de indemnização por incumprimento do contrato e por prejuízos provocados por perda de receitas previstas em concursos com chamadas de valor acrescentado, publicidade, patrocínios e ações comerciais.

A SIC exige uma indemnização de 20 milhões de euros a Cristina Ferreira, devido ao incumprimento do contrato que estava em vigor até 2022, mas a apresentadora refuta e diz que vai defender interesses "até às últimas instâncias".

A notícia foi avançada hoje pelo Correio da Manhã, cerca de um mês depois de ter sido conhecida a saída da apresentadora da SIC para assumir a direção de entretenimento e ficção na TVI, uma decisão que surpreendeu o mercado.

O pedido de indemnização, no valor de 20.202.501,21 euros, foi enviado esta semana à apresentadora e dá um prazo de 15 dias para saldar este montante ou para a apresentação de um plano de pagamento, adiantou fonte próxima do processo à Lusa.

Em comunicado, Cristina Ferreira afirma: "Confirmo que a SIC me interpelou ao pagamento de uma indemnização por lucros cessantes no valor de cerca de 20 milhões de euros".

Sobre esta matéria, "gostaria apenas de esclarecer que a referida quantia não tem qualquer fundamento ou base contratual, pelo que refuto em absoluto a pretensão daquela entidade, estando disposta a assegurar e defender os meus interesses até às últimas instâncias", declarou Cristina Ferreira.

"Por fim, não posso deixar de registar a minha surpresa pela posição agora assumida por uma estação que tem assente a sua comunicação numa estratégia de funcionamento em equipa e liderança de audiências, nunca assente numa só pessoa", conclui a apresentadora.

O montante apurado tem em conta, além do incumprimento do contrato, os prejuízos calculados por perdas de receitas em IVR (concursos com chamadas de valor acrescentado), em publicidade, em patrocínios e em ações comerciais.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da SIC escusou-se a fazer qualquer comentário sobre o assunto.

Em 17 de julho foi tornado público que a apresentadora Cristina Ferreira iria regressar à TVI em setembro como diretora de entretenimento e ficção, tendo manifestado interesse junto da Prisa em comprar uma participação no capital social da Media Capital.

Cristina Ferreira regressa à estação de Queluz quase dois anos depois da sua saída.

Nesse mesmo dia, a SIC, em comunicado, informava que Cristina Ferreira "decidiu cessar unilateralmente a sua ligação à SIC, colocando termo ao contrato que a vinculava até 30 de novembro de 2022", lamentando a "decisão abrupta e surpreendente".

Nessa mesma altura, a estação do grupo Impresa adiantou que reservava "todos os seus direitos em face desta situação".

O anúncio do regresso de Cristina Ferreira à TVI aconteceu um dia depois de ter sido anunciado que Manuel Alves Monteiro era o novo presidente executivo da Media Capital, na sequência da renúncia de Luís Cabral ao cargo, e da nomeação de Nuno Santos como diretor-geral da estação de Queluz.

Precisamente há dois anos, a TVI anunciava a saída da apresentadora para a SIC, após 16 anos na estação televisiva de Queluz.

Em 07 de janeiro de 2019, a apresentadora arrancou com o "Programa da Cristina" na SIC, que estreou a liderar, atingindo um resultado histórico de 40,1% de 'share', valor que a estação não registava desde 2002.

Há cerca de três meses, mais concretamente em 14 de maio, o empresário Mário Ferreira comprou 30,22% da Media Capital, através da Pluris Investments, numa operação realizada por meio da transferência em bloco das ações por 10,5 milhões de euros.

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