A degradação do mercado de trabalho nacional, na sequência da pandemia de covid-19, já esta a começar a fazer-se sentir sobre os salários.
No segundo trimestre, a remuneração bruta mensal média por trabalhador (posto de trabalho) continuou a crescer, subindo 1,6% em termos homólogos, para 1326 euros. Mas, desacelerou em força, já que nos primeiros três meses do ano esse aumento foi de 3,2%, indicam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicados esta quinta-feira.
Os números têm em conta as remunerações declaradas à Segurança Social e à Caixa Geral de Aposentações (Administração Pública) e mostram que a dinâmica das remunerações nos últimos meses "foi significativamente influenciada pela instituição do regime de lay-off simplificado", frisa o INE.
Sinal disso é o facto de, entre as empresas que recorreram a este regime, a remuneração bruta mensal média por trabalhador caiu 2%, no segundo trimestre por comparação com o mesmo período do ano passado.
Já no conjunto das restantes empresas verificou-se um aumento de 5,5%.
O INE constata ainda que há grandes diferenças no comportamento das remunerações entre os vários sectores de atividade.
Assim, na comparação homóloga, o maior aumento na remuneração bruta mensal média por trabalhador verificou-se nas atividades administrativas e dos serviços de apoio (mais 5,5%), seguido das atividades de educação (4,2%).
Em sentido inverso, nas atividades da eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio diminuiu 9,5%, nas atividades de transportes e armazenagem caiu 7,6%, nas atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas recuou 6,6% e nas atividades de alojamento, restauração e similares diminuiu 5,1%. São, em regra, negócios particularmente afetados pela pandemia.
Em oito dos vinte sectores analisados, a remuneração bruta mensal média por trabalhador diminuiu no segundo trimestre em termos homologos, constata o INE.
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