Esta é uma semana decisiva para que a EDP consiga encaixar 1020 milhões de euros, e, assim, possa financiar parcialmente a compra da espanhola Viesgo à australiana Macquarie. Esta quarta-feira, a operação de aumento de capital em curso dá um novo passo. E, quem o der, não pode voltar atrás.
Aqueles que deram ordens para investir no aumento de capital da EDP, através da subscrição de novas ações, não podem voltar atrás a partir desta quarta-feira, 5 de agosto.
Este é o dia em que, depois das 15h00, as ordens de subscrição se tornam irrevogáveis. Até lá, os investidores que tenham vontade de anular as ordens que deram podem contactar o seu intermediário financeiro para o concretizar. Após esta hora, já não se pode recuar.
Ainda assim, há ainda um prazo para novas subscrições, até quinta-feira, 6 de agosto. Mesmo os investidores que deram indicações de subscrição podem alterá-las, mas apenas num sentido: aumentar o número de novos títulos adquiridos. Como referido, voltar atrás não será possível a partir das 15h00.
Os resultados do aumento de capital da elétrica, atualmente encabeçada por Miguel Stillwell, serão divulgados na sexta-feira, após o fecho da sessão, sendo que a formalização da operação só ocorrerá na próxima semana. Os novos títulos passarão a negociar, ao lado das ações já existentes, a partir do dia 17.
O aumento de capital corresponde à emissão de 309,1 milhões de novas ações (o capital da elétrica alargar-se-á em 8,45%, já que existem 3,6 mil milhões de títulos cotados), sendo que o preço de subscrição é de 3,30 euros. Cada ação da empresa, que já existia antes desta operação, tem negociado 1 euro acima dessa cotação.
Bancos asseguram se falhar procura
Tendo em conta o modelo desta operação, não há grandes riscos de insucesso para a EDP, que conseguirá o aumento de capital de 1020 milhões de euros, seja pela subscrição por acionistas, seja por investidores com direitos de subscrição, seja pelos seis bancos que foram contratados para montar a operação.
O BCP, o JP Morgan e o Morgan Stanley asseguram, cada um, cerca de 200 milhões de euros (60% da oferta), enquanto o BNP Paribas, o Bank of America e o Goldman Sachs estão responsáveis por garantir perto de 130 milhões cada (40%). Mas esse investimento só será feito se os atuais acionistas e outros investidores que se queiram tornar acionistas não tenham subscrito todas as novas ações.
Este aumento de capital avançou apesar do processo judicial que investiga alegadas rendas excessivas pagas à EDP e que levou à suspensão de funções de António Mexia e de João Manso Neto da cúpula do grupo (e em que a própria elétrica é arguida).
Miguel Stilwell, que está interinamente à frente da EDP e que tinha 140 mil ações já nas suas mãos, recebeu direitos de subscrição e usou-os, investindo 39 mil euros na operação.
Atualmente, a China Three Gorges é a principal acionista da EDP, com 21,47%. A espanhola Oppidum Capital tem 7,19%, seguida da BlackRock, com 4,51%. Há depois seis grupos de investidores (fundos de investimento, sobretudo), com posições que variam entre os 2% e os 3%, incluindo o fundo de pensões do BCP.