O presidente das Infraestruturas de Portugal nega serem corretas as informações publicadas na imprensa, segundo as quais não estavam a ser seguidas as recomendações feitas pela Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários( GPIAAF), de agosto de 2018. António Laranjo assegura que as recomendações de implementação imediata estão a ser seguidas, mas não quis avançar as razões do acidente de Soure na passada sexta-feira, dizendo que ele ainda está sob investigação.
"A IP deu cumprimento a todas as recomendações imanadas do GPIAAF que se mostravam de implementação imediata, e iniciou os procedimentos para persecução das seguintes", afirmou o presidente da Infraestruturas de Portugal, António, numa conferência de imprensa onde está o conselho de administração e responsáveis de segurança.
De acordo com o Público, o comboio Alfa-Pendular embateu num veículo de serviço da Infraestruturas de Portugal depois de este ter desrespeitado um sinal vermelho na Estação de Soure, o que podia ter sido evitado se a IP tivesse seguido as recomendações do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários.
António Laranja explicou, na conferência de imprensa, que a linha do Norte, especificamente no troço do acidente, "está equipada com um sistema tecnologicamente avançado, dotado de mecanismos modernos de segurança, o que infelizmente não impediu que acidente tenha acontecido".
As recomendações do GPIAAF datam de um relatório de 2018, feito na sequência de uma investigação a um acidente ocorrido em 2016, na estação Roma-Areeiro, em Lisboa. Nesse caso, um camião tinha ficado parado a meio da passagem de nível por não ter conseguido fazer a manobra a tempo de sair do canal ferroviário, resultando na morte do ajudante do motorista.
Em 2016, avança ainda o Público. depois de um veículo de serviço da IP ter ultrapassado um sinal vermelho na estação de Roma-Areeiro, em Lisboa, o GPIAAF tinha já aberto uma outra investigação e descoberto que “tinha havido 13 situações de desrespeito pela sinalização” nos últimos seis anos, a que se juntaram dois episódios idênticos registados enquanto a investigação decorria.
No documento, o GPIAAF recomendava “o aumento da formação dos condutores daqueles veículos de serviço” e a instalação do “Convel” (Controlo de Velocidade) a bordo daquelas composições.” A diretora de segurança da IP, Luísa Garcia, explicou que os maquinistas são certificados pelo Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT) e que no ano passado foram dadas pela IP 18 mil horas de formação. O condutor é sempre acompanhado por um segundo maquinista. E acrescentou que a tripulação não tem outras tarefas atribuídas quando está a conduzir.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ACampos@expresso.impresa.pt