Castigados pelas novas imparidades, lucros do BCP caem 55% no semestre

O BCP apresentou lucros de 76 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2020, revelou o banco em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O número representa uma quebra de 55% nos resultados líquidos.

A estimativa do CaixaBank/BPI, revelada pelo Jornal de Negócios, apontava para uma queda de 61% dos lucros semestrais, fixando-se em 66 milhões de euros, pelo que os números apresentados pelo banco superam esta estimativa.

A constituição de provisões e imparidades pressionou as contas no primeiro semestre, em que mais de três meses sentiram-se já os efeitos da pandemia. Os resultados foram “muito influenciados pelo contexto covid”, assegurou o CEO do banco, Miguel Maya, na conferência de imprensa de apresentação do desempenho semestral.

Foram colocados de lado 351,4 milhões de euros entre janeiro e junho nestas rubricas, sobretudo para possíveis perdas em créditos, o que corresponde a um agravamento de 45% em relação ao primeiro semestre de 2019.

Em relação ao negócio bancário propriamente dito, o banco até conseguiu melhorar o que consegue em juros, a margem financeira (subida de 2,9%), mas sobretudo graças às operações internacionais. Apesar disso, houve outros proveitos que contribuíram negativamente para as contas semestrais face ao ano anterior.

Mais 120 mil moratórias

Segundo dados do banco, foi aprovado financiamento de 2,5 mil ao abrigo das linhas covid-19, sendo que já foram desembolsados 2,2 mil milhões de euros. O líder do banco sublinha que a quota de 38% nestas linhas é bem superior à sua quota de mercado, pelo que considera que houve um “excelente” resultado.

O banco também concedeu já 26 mil moratórias nos créditos à empresas e mais 97 mil moratórias para os clientes particulares.