O aumento de capital da EDP, no montante de 1.020 milhões de euros, vai pagar em comissões, sobretudo à banca mas também a vários consultores envolvidos na operação, um total de 23 milhões de euros, revela a elétrica no prospeto divulgado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Esta soma supera inclusivamente o valor de encargos que o Estado português teve em 2011 com a privatização de 21,35% da EDP, vendendo essa fatia da empresa à China Three Gorges por 2,7 mil milhões de euros.
Nessa operação as comissões ascenderam a 20,2 milhões de euros, dos quais 319 mil euros em consultoria jurídica e 19,9 milhões em assessoria financeira.
Agora, no aumento de capital que servirá para co-financiar a compra da espanhola Viesgo, uma das maiores aquisições de sempre da EDP, a elétrica revela que os encargos da operação ascenderão a 23 milhões. A fatia de leão irá para os bancos, que não só vão organizar o aumento de capital como também se comprometem a adquirir as novas ações que eventualmente não tenham procura no mercado.
No prospeto enviado à CMVM, a EDP revela que acordou pagar aos bancos uma comissão garantida de 1,5% sobre o valor da operação (1020 milhões de euros), a que poderá acrescer uma comissão discricionária (apenas dependente da vontade da administração da EDP) de 0,5%.
Ou seja, um quarto das comissões dos bancos envolvidos no negócio dependerá da forma como correr a operação e fica sujeito à apreciação do cliente (a EDP).
Os bancos que irão organizar o aumento de capital são o BCP (que também é acionista da EDP), o JP Morgan e o Morgan Stanley, mas a operação também conta com a colaboração do BNP Paribas, Bank of America e Goldman Sachs.
A operação de aumento de capital conta com o apoio dos acionistas de referência da EDP, que acordaram, no Conselho Geral e de Supervisão da EDP, avançar com essa operação para viabilizar a compra da Viesgo. No entanto, é uma incógnita a adesão dos pequenos investidores a este aumento de capital. Caso essa adesão seja insuficiente para alcançar os 1.020 milhões de euros pretendidos, os bancos comprometem-se a adquirir as ações necessárias.
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