A EDP prepara-se para realizar um aumento de capital de forma a financiar uma aquisição de larga escala no mercado espanhol. Será um dos maiores negócios do ano da elétrica.
A operação de aumento de capital irá ultrapassar os mil milhões de euros e visa a compra de uma empresa espanhola presente na distribuição de eletricidade mas também na produção a partir de fontes renováveis, a Viesgo.
Trata-se de uma operação que estava a ser preparada enquanto António Mexia estava ainda na presidência executiva da empresa mas que só terá ficado fechada nos últimos dias, já depois de o cargo ter sido assumido de forma interina pelo administrador financeiro, Miguel Stilwell.
A EDP já confirmou em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a aquisição da Viesgo. A EDP ficará com 75,1% da atividade de distribuição da Viesgo e o fundo Macquarie manterá 24,9% do capital da empresa. Mas o grupo EDP ficará com 100% dos ativos de renováveis da Viesgo, que incluem 24 parques eólicos e ainda duas mini-hídricas, numa capacidade total de 500 megawatts (MW). Na distribuição, concentrada no Norte de Espanha, a Viesgo conta com 700 mil clientes.
A Viesgo está avaliada em 2,7 mil milhões de euros, mas o investimento líquido a realizar pela EDP (assumida a dívida da empresa e as perdas das unidades de geração térmicas também incluídas no negócio) rondará os 900 milhões de euros.
Aumento de capital de 1020 milhões
Para financiar a aquisição os acionistas da EDP vão realizar um aumento de capital na elétrica de 1020 milhões de euros, correspondente à emissão de 309,1 milhões de novas ações, o equivalente a 8,45% do capital social da EDP.
"A EDP tenciona iniciar a emissão de ações assim que seja possível, após recepção da aprovação por parte da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), e publicação de um aviso para o exercício dos direitos de subscrição e de um prospecto, de acordo com a lei aplicável", refere a empresa em comunicado.
"A dimensão da emissão de ações tem como propósito que a transacção da Viesgo não afecte a desalavancagem contínua da EDP e que tenha um impacto neutro nas suas métricas de crédito, proporcionando à EDP o reforço do perfil de baixo risco e o fortalecimento do balanço de forma a permitir um crescimento sustentável no contexto da transição energética", explica ainda a EDP.
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