Economia

“É preciso olhar para o interior de forma diferente e não basta atirar dinheiro para resolver os problemas”

Marta Atalaya foi a moderadora de uma conversa que contou com a presença de Felipe Ruiz, Isabel Ferreira, Filipe Santos, Pedro Mata e Jorge Coelho
Marta Atalaya foi a moderadora de uma conversa que contou com a presença de Felipe Ruiz, Isabel Ferreira, Filipe Santos, Pedro Mata e Jorge Coelho

Projetos Expresso. O País só pode ser sustentável se existir um desenvolvimento harmonioso em todas as regiões mas, no caso do interior, é preciso mais do que financiamento para torná-lo atrativo para famílias e empresas. Cobertura digital do país e uma política proativa de igualdade de oportunidades e condições são critérios essenciais para o êxito. Conheça as conclusões do debate, inserido no ciclo “Parar Para Pensar, que hoje discutiu que “Novo País” está a nascer, em direto através do Facebook do Expresso

Fátima Ferrão

O ponto de partida para a conversa desta tarde – “Que novo país está a nascer?” - abriu portas a um conjunto de reflexões sobre coesão social e territorial, valorização do interior, desafios demográficos e globalização. Foi mais uma conferência inserida no ciclo “Parar Para Pensar”, uma iniciativa que une o Expresso à DECO Proteste, que juntou no já habitual formato digital representantes de vários sectores. Isabel Ferreira, Secretária de Estado da valorização do interior, Jorge Coelho, presidente do Conselho Estratégico Empresarial de Sintra, Filipe Santos, reitor da Católica Lisbon School of Business and Economics, Pedro Mata, vice-presidente do Banco Credibom, e Felipe Ruiz, administrador do Lidl, juntaram-se a Marta Atalaya, jornalista da SIC Notícias, para uma hora de debate.

A opinião dos convidados é unânime quando confrontados com a necessidade de criar um País mais equilibrado e homogéneo, nomeadamente no que diz respeito à densidade demográfica. Com as cidades a acusar cada vez mais saturação e concentração de pessoas, o que conduz a uma qualidade de vida inferior, as pequenas cidades do interior apresentam-se como uma opção para receber empresas e famílias que procuram viver de forma mais sustentável. No entanto, e este é um problema que se arrasta há décadas, “não há fórmulas mágicas para conseguir este equilíbrio”, como afirma Isabel Ferreira. Para a Secretária de Estado, “é preciso olhar para o interior de forma diferente e não basta atirar dinheiro para resolver os problemas”. Criar lógicas de fixação e juntar cadeias de valor completas que permitam, por exemplo, ligar o sector primário com a indústria, são algumas das necessidades que aponta.

Atrair e fixar a população no interior

  • Desenvolver estratégias integradas que atraiam e fixem as pessoas nestes territórios é essencial e está, segundo Isabel Ferreira, a ser feito pelo Governo através de um conjunto de programas e iniciativas. É preciso emprego, acesso a serviços públicos de qualidade (saúde, educação, cultura) e acessibilidade e transportes que diminuam a dispersão da população.
  • O desenvolvimento estratégico deve ser pensado pelos atores locais que conhecem os territórios, nomeadamente, autarquias, empresas, institutos politécnicos, entre outros. “Temos que criar ecossistemas inovadores e que perdurem ao longo do tempo”, acrescenta Isabel Ferreira.
  • “A localização das pessoas ou das famílias deixa de ser relevante com o digital”, acredita Pedro Mata que aponta a experiência da pandemia como a aceleração desta realidade. Desta forma, acrescenta, “o interior ganha uma grande importância”. Mas, Jorge Coelho acrescenta outro elemento fundamental: “tem que haver condições fiscais benéficas senão o investimento no interior nunca vai acontecer”.
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