Economia

SNS: “estamos melhor, mas não chega”

SNS: “estamos melhor, mas não chega”
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Projetos Expresso. A covid-19 tem sido um teste à eficácia do SNS e um desafio que está longe de terminar porque não basta controlar os números da pandemia e garantir que o sistema não colapsa. É preciso não esquecer os doentes não covid, que continuam a existir, e precisam de ser tratados. As opiniões de especialistas do sector que irão Parar Para Pensar sobre a Saúde em Portugal, em mais uma conferência do ciclo que une o Expresso à DECO Proteste, para ver e ouvir em direto, através da página de Facebook do jornal, amanhã, dia 8 de julho, a partir das 17 horas

Fátima Ferrão

É um tema incontornável nos dias que correm. Seja qual for o assunto, pandemia, covid-19 e saúde são palavras que abrem telejornais e recheiam as conversas de café, daquelas que se conseguem manter em regime de distanciamento social. Há uma opinião generalizada de que a capacidade de resposta do SNS à pandemia tem sido satisfatória, essencialmente porque não se esgotou a capacidade dos hospitais e das unidades de cuidados intensivos. No entanto, levantam-se também várias vozes que questionam a eficácia no tratamento de outras doenças que, com o adiamento de consultas e cirurgias podem ter-se agravado durante este período.

“Houve uma redução brutal na realização de cirurgias urgentes e também na atuação do INEM”, disse ao Expresso Julian Perelman, professor da Escola Nacional de Saúde Pública, e um dos convidados para o debate que decorre amanhã. O professor acompanha regularmente os dados da atividade habitual do SNS, pelo que acredita que existem lacunas importantes a que é preciso dar atenção. “Há uma falta de estratégia para garantir a continuidade das consultas, e cada hospital definiu a sua forma de abordagem”, reforça.

Na mesma linha, Julian Perelman alerta ainda para outras questões que, acredita, é possível melhorar, muitas vezes sem um investimento muito elevado. É o caso, como exemplifica, dos sistemas de informação que façam uma gestão integrada de toda a informação do SNS. Neste momento coexistem diferentes sistemas que, por vezes, não comunicam. “Estamos melhor, mas não chega”, aponta.

Desafios, soluções, financiamento e otimização do SNS, articulação entre público e privado, ou a qualidade da resposta do sistema aos cidadãos e como a melhoramos, são algumas das ideias que servirão de ponto de partida para a conferência Parar Para Pensar sobre o tema da Saúde, que decorre esta quarta-feira, 8 de julho, em direto através do Facebook do Expresso. O debate será conduzido pela jornalista da SIC Notícias, Rita Neves, e contará com a presença de Julian Perelman, Adalberto Campos Fernandes, professor na Escola Nacional de Saúde Pública e ex-Ministro da Saúde, Carlos Cortes, presidente da Ordem dos Médicos da Região Centro, e Ricardo Raminhos, administrador executivo na MGEN Portugal.

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