Covid-19. Bolsas eufóricas em tempos de catástrofe na economia real

A economia mundial viveu os piores três meses dos últimos 90 anos, mas os mercados financeiros estiveram em ebulição. Depois de um colapso de quase um quarto na valorização do índice mundial das bolsas entre janeiro e março, o mercado global de ações arrebitou 19% no segundo trimestre deste ano. Não chegou para limpar as bolsas do vermelho em termos do semestre, mas foi uma recuperação rápida. Uma dezena de bolsas espalhadas pelos cinco continentes registaram, inclusive, ganhos acima de 24%, desde o Nasdaq, em Nova Iorque e Bue­nos Aires, na América Latina, a Frankfurt, na Europa, Joanesburgo, em África, Hanói, na Ásia, e Sydney, na Austrália (ver tabela). O otimismo parece continuar nestes primeiros dias do segundo semestre.

Esta euforia financeira no meio de uma catástrofe económica levou o próprio Banco de Pagamentos Internacionais (BIS, no acrónimo em inglês) a emitir um alerta esta semana para a “exuberância nos mercados” face a previsões que apontam para quebras de dois dígitos na economia real dos Estados Unidos e da Europa entre abril e junho. Ainda recentemente o Banco Central Europeu (BCE) apontou para uma quebra de 13% na zona euro e o modelo de projeções do Banco da Reserva Federal de Atlanta prevê um colapso histórico de 39,5% na economia norte-americana no segundo trimestre.

Este é um artigo exclusivo. Se é assinante clique AQUI para continuar a ler. Para aceder a todos os conteúdos exclusivos do site do Expresso também pode usar o código que está na capa da revista E do Expresso.

Caso ainda não seja assinante, veja aqui as opções e os preços. Assim terá acesso a todos os nossos artigos.