Os associados da Associação Mutualista Montepio aprovaram terça-feira à noite as contas individuais de 2019. Dos cerca de 600 mil associados estiveram presentes na Assembleia Geral 160 e destes 89,09% votaram a favor das contas que geraram um prejuízo de 409 milhões de euros.
No comunicado da Associação do Montepio sobre a assembleia geral (AG), pode ler-se que os "resultados recorrentes foram positivos em 9 milhões de euros", porém os resultados não recorrentes , fruto de provisões e imparidades e provisões matemáticas adicionais resultaram em impactos negativos de 418 milhões de euros.
Um grupo de associados colocou à votação uma moção para antecipar eleições como referiu ontem o Expresso, mas esta foi rejeitada pela maioria dos associados presentes na reunião magna.
Os prejuízos registados pela associação em 2019 devem-se não só à necessidade de contabilizar no seu balanço a desvalorização de 377,5 milhões de euros do Banco Montepio, como a contabilização de 14,8 milhões de euros da Montepio Seguros. Uma exigência colocada pelo auditor PwC e que gerou uma batalha entre a administração liderada por Virgílio Lima e o conselho fiscal da associação.
A associação, liderada por Virgílio Lima refere no comunicado que os cinco pontos que foram a votação, a saber a deliberação sobre o Relatório do Conselho de Administração e Contas Individuais e Parecer do Conselho Fiscal referente ao exercício de 2019, a deliberação sobre as propostas de aplicação de resultados, a apreciação do Relatório da Atividade do Conselho Geral relativo ao exercício de 2019, assim como a deliberação sobre a proposta de modificações do Regulamento de Benefícios apresentada pelo Conselho de Administração, acompanhada de parecer favorável do Conselho Geral e ainda a eleição de uma Comissão de 5 membros destinada a dar parecer e preparar a versão final da proposta de modificações do Regulamento de Benefícios a apresentar à Assembleia Geral, foram aprovados por larga maioria dos associados presentes.
Em comunicado é ainda referido que a "participação dos associados nesta assembleia confirma a natureza democrática da Associação e o poder atribuído aos associados de deliberarem sobre o presente e futuro de uma instituição incontornável na esfera da economia social em Portugal e na Europa e que em 180 anos de história e atividade nunca deixou de honrar os compromissos assumidos com a sua comunidade de associados, as estruturas da sociedade civil e o país".
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