Economia

CMVM admite abrir contraordenações a 6 auditores ligados ao Luanda Leaks 

CMVM admite abrir contraordenações a 6 auditores ligados ao Luanda Leaks 
MIGUEL RIOPA/Getty Images

Supervisor olhou para trabalhos de nove auditores e fechou já, com recomendações, três processos mais pequenos. Restantes seis são os casos mais problemáticos

CMVM admite abrir contraordenações a 6 auditores ligados ao Luanda Leaks 

Diogo Cavaleiro

Jornalista

O supervisor dos auditores tem em cima da mesa a possibilidade de abrir processos de contraordenações a seis entidades por conta das averiguações que abriu às revelações do Luanda Leaks, que envolvem Isabel dos Santos.

“Houve muito trabalho feito. Nove auditores foram já investigados”, anunciou Gabriela Figueiredo Dias em conferência de imprensa esta quinta-feira, em Lisboa, sobre os resultados de 2019 da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Até à data, nove auditores ligados ao Luanda Leaks - as notícias divulgadas pelo consórcio de jornalistas ICIJ (que o Expresso integra) no início do ano sobre as transferências polémicas feiras pela Sonangol na presidência de Isabel dos Santos - foram alvo de ações de supervisão promovidas pela CMVM.

Dessas nove entidades, três já têm os respetivos processos concluídos, segundo o administrador da CMVM, José Miguel de Almeida. São os processos de “menor intensidade”, em que foram emitidas recomendações para o reforço de práticas adequadas.

Os restantes seis auditores ainda estão a ser alvo de averiguações, com os processos por encerrar. Essas outras ações de supervisão poderão sair para o departamento de contencioso, para que a CMVM decida se deve efetivamente avançar para contraordenações.

De qualquer forma, até ao momento, nada foi ainda enviado ao Ministério Público sobre o que foi detetado nestes casos.

Não são identificados os auditores em causa. Em Portugal, a PwC era a auditora preferencial dos investimentos feitos por Isabel dos Santos - tendo até havido saídas de funções após o escândalo.

Nos trabalhos de supervisão sobre Luanda Leaks (em que iria olhar também para a NÓS e a Galp), a CMVM, além das nove auditoras, olhou para 27 entidades por si auditadas, e ainda 84 dossiês de auditoria. Foram averiguadas 138 transações.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate