O antigo presidente executivo da fintech de pagamentos Wirecard foi detido por suspeitas de fraude financeira e manipulação de mercado, noticia esta terça-feira o Financial Times, citando a Procuradoria de Munique.
O executivo de 50 anos – que desde 2002 liderou aquela que era considerada uma das startups de tecnologia financeira mais atrativas do mercado financeiro alemão – está a ser acusado de inflacionar artificialmente o balanço da empresa, de modo a torná-la mais atrativa para investidores e clientes.
Na noite de segunda-feira, a Wirecard reconheceu oficialmente que os 1.900 milhões de euros que alegadamente tinham desaparecido das suas reservas – um montante que representa cerca de um quarto do balanço oficial da empresa – “provavelmente não existem”.
A Wirecard foi assim penalizada em bolsa, com as suas ações a caírem mais de 80% desde que, na quinta-feira passada, a empresa adiou a publicação dos resultados anuais.
A empresa decidiu ainda retirar os resultados financeiros mais recentes e equaciona a possibilidade de as contas de anos anteriores não estarem também corretas – o que pode levar os bancos credores a retirarem as linhas de financiamento à empresa.
Markus Braun acabaria por se demitir na sexta-feira, depois de a empresa ter revelado que a auditora Ernst & Young (EY) não conseguia encontrar as contas que continham este montante, nem tinha provas de que aquele dinheiro tivesse sequer existido.
Os restantes membros do conselho de administração da Wirecard também estão sob investigação. A fintech anunciou, inclusivamente, na segunda-feira que o diretor de operações Jan Marsalek, que supervisionava os vários mercados (incluindo o asiático, onde se suspeita que a fraude tenha ocorrido), foi despedido.
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