O dinheiro que o Estado pretende a injetar na TAP “seria melhor distribuído através das várias companhias aéreas que operam em Portugal em proporção do seu contributo para a conectividade do país”, defende Michael O’Leary, presidente do grupo Ryanair, em entrevista ao “Público” esta terça-feira.
“Nós opomo-nos a qualquer ajuda de Estado que seja opaca e discriminatória. Operações de salvamento massivas, compostas por muitos milhares de milhões de euros, a um punhado de companhias aéreas nacionais, são regressivos, injustos e ilegais numa crise que, como refere, afetou tudo e todos. O panorama do sector aéreo vai ser distorcido pelos mais de 30 mil milhões de euros que, a nível estatal, estão a ser entregues ao grupo Lufthansa, Air France-KLM, SAS e Finnair, entre outros. Este tipo de ajuda discriminatória vai prejudicar o sector europeu de aviação e os danos no mercado único vão ser sentidos muito tempo após a pandemia ter passado”, diz.
Segundo O’Leary, o mecanismo de apoio mais justo seria o de “suspender, reduzir ou adiar os impostos na aviação e as taxas de aeroporto e de controlo aéreo”, beneficiando assim todas as companhias áreas “na proporção do seu contributo para a conectividade aérea na Europa”.
Em vez disso, “governos ricos estão a distorcer as regras do jogo ao entregar mais de trinta mil milhões de euros a um punhado de companhias áreas que asseguram menos de 30% da conectividade a nível europeu”.
“Isto é mau para a concorrência e mau para os consumidores, numa altura em que a economia europeia precisa de voos directos a preços acessíveis para as várias regiões, algo que apenas as companhias aéreas com tarifas baixas podem disponibilizar”, atira o presidente da Ryanair.
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