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Covid-19. Portugal vive a maior crise em oito décadas

Covid-19. Portugal vive a maior crise em oito décadas

Com a previsão de Bruxelas para uma quebra de 6,8%, Portugal vai viver uma crise pior que em 1975 e 2012

Com mais ou menos tinta negra nas previsões, uma coisa já é certa: a recessão que a economia portuguesa vai atravessar em 2020 é a pior desde o 25 de abril. E, numa perspetiva mais longa, será a maior desde 1936, quando o contágio da derrocada económica gerada pela Guerra Civil espanhola passou a fronteira. A Comissão Europeia (CE) avançou esta semana com uma previsão para este ano de um recuo de 6,8% do produto interno bruto (PIB) português, um cenário a meio caminho entre a quebra de 8% apontada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em abril e o cenário “adverso” de uma recessão de 5,7% divulgado pelo Banco de Portugal (BdP) em março. Será pior do que as de 1975 e de 2012, no pior ano da crise da dívida.

A própria previsão “intermédia” entre o maior pessimismo do FMI e o maior otimismo do BdP, sublinhada na quarta-feira pelo comissário europeu para a economia, Paolo Gentiloni, na apresentação das previsões da CE, está envolta em muita incerteza. A previsão para Portugal depende do próprio cenário base de Bruxelas para o comportamento da economia da zona euro onde nos inserimos, que aponta para uma contração de 7,7% nos 19 do euro. Se a situação derrapar ainda mais na Europa, o contágio negativo em Portugal será certo, tanto mais que é um dos cinco países do euro mais vulneráveis a um choque pelo lado da procura, juntamente com Malta, Grécia, Espanha e Chipre, na análise feita pelos técnicos de Bruxelas. Para acautelar o pior, a Comissão avançou com uma simulação de dois cenários ainda mais pessimistas para a zona euro em 2020. O primeiro aponta para uma redução de 10,5 pontos percentuais no PIB, no caso de haver um segundo surto da pandemia ainda este ano (obrigando a uma nova rodada de medidas de confinamento e a um recuo ainda maior na confian­ça de consumidores e empresários). No segundo, com uma crise sanitária com efeitos muito mais duradouros, a quebra pode chegar aos 15,5%.

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