Fatura do Governo com pandemia sobe 1,3 mil milhões a cada mês
Programa de estabilidade para o presente ano elenca medidas de resposta à pandemia. PIB sofre impacto de 0,6% mensalmente
Programa de estabilidade para o presente ano elenca medidas de resposta à pandemia. PIB sofre impacto de 0,6% mensalmente
Jornalista
O Plano de Estabilidade para 2020 chegou ao Parlamento e, ao contrário do que o habitual, não traz previsões macroeconómicas para os próximos anos. Nem PIB, nem desemprego, nem défice: nada existe. O que há são dois pacotes de medidas que ajudam a perceber o impacto dos custos das medidas que estão a ser implementadas pelo Governo na luta contra os efeitos da pandemia.
Os dois conjuntos separam-se de duas formas: as que têm impacto orçamental (contam para o défice); e as que têm impacto financeiro, mas sem, na ótica do Ministério das Finanças, qualquer impacto nas contas públicas.
No primeiro caso, as medidas com impacto orçamental passam pela compra de equipamento de proteção individual, de luvas às máscaras, mas também pelos custos com o lay-off simplificado. Aqui, fala-se de um custo mensal de 1,3 mil milhões de euros, ou o equivalente a 0,63% do PIB (há duas medidas em que o encargo não é mensal, mas único, como seja a compra de ventiladores e o programa de apoio à retoma da atividade empresarial). Com estas medidas, o encargo chegaria aos 1,9 mil milhões de euros.
O Governo admite, no documento, que uma parte significativa deste impacto prende-se com os sectores do comércio a retalho, restauração e alojamento.
No segundo grupo de medidas, constam aquelas que têm impacto financeiro. É aqui que estão as moratórias de crédito que as instituições financeiras estão a registar, mas também a concessão de linhas de crédito bonificado garantidas pelo Estado (estão registadas 3 mil milhões de euros, mas o Governo já disponibilizou linhas de 6,2 mil milhões).
A soma destas medidas supera os 25 mil milhões de euros, ou 11,84%, do PIB. Que, a cada mês, sobe com as tais medidas mensais de 1,3 mil milhões.
O documento é discutido no Parlamento na próxima semana, a 14 de maio.
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