Economia

Lucros do Montepio aumentam 60% em 2019

Lucros do Montepio aumentam 60% em 2019
José Fernandes

Banco registou lucros de quase 22 milhões de euros em 2019, “um período de ajustamentos, inseridos num processo que se espera venha a ser de recuperação dos níveis de eficiência e de rentabilidade”

O Banco Montepio registou no ano passado lucros de 21,7 milhões de euros, um aumento de 59,6% face aos resultados de 2018, mostra o relatório anual de 2019, divulgado na madrugada de segunda-feira para terça-feira.

O produto bancário subiu 13,8% para 429,5 milhões de euros, a reboque do desempenho das comissões, ganhos com títulos e venda de carteiras de crédito malparado (non performing). Já os custos operacionais caíram 2,1%, na sequência das medidas implementadas para redução dos custos.

Assim, o rácio de eficiência – medido pela relação entre custos operacionais e produto bancário – situou-se em 59,2%.

A margem financeira totalizou 236,8 milhões de euros, menos 11,3 milhões do que no ano anterior, o que evidencia “os impactos desfavoráveis das taxas de juro de mercado, que se mantêm historicamente baixas, e da gestão do pricing nos clientes de bom risco”.

O peso do crédito malparado (non performing exposures ou NPE) no total do crédito “registou uma evolução favorável, com o rácio NPE a situar-se em 12,2% no final de 2019”, mostra o relatório. Já as imparidades determinaram um custo do risco de 1% e uma melhoria da cobertura do rácio NPE para 5,1% (e, se considerados os colaterais associados, para 93,4%).

A imparidade do crédito totalizou 120,3 milhões de euros, um aumento de 48 milhões face a 2018. Já as outras imparidades e provisões, relacionadas com outros ativos financeiros, outros ativos e provisões, totalizaram 20,8 milhões de euros em 2019, em linha com o montante do ano anterior.

Na carta de apresentação do relatório, o presidente do Montepio sublinha que “o ano de 2019 representa um período de ajustamentos, inseridos num processo que se espera venha a ser de recuperação dos níveis de eficiência e de rentabilidade do banco”.

Carlos Tavares sublinhou ainda que “as contas que são objeto de reporte continuam a refletir fortemente os custos das políticas de crédito adotadas no passado e o necessário ajustamento dos critérios de seletividade, já iniciado em exercícios anteriores”.

Estas tendências contribuem para a contração do banco em termos de ativo líquido, crédito a clientes (bruto) e depósitos de clientes. O ativo líquido caiu 3,2% para 17,7 mil milhões de euros, o crédito a clientes desceu 6,3% para 12,2 mil milhões de euros e os depósitos contraíram-se 0,4% para 12,5 mil milhões de euros.

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