A zona euro poderá registar uma contração da sua economia entre 5% e 12%, segundo os cenários preparados pelos economistas do Banco Central Europeu (BCE) e divulgados publicamente esta quinta-feira por Christine Lagarde, a presidente do banco.
Lagarde apresentou os dois cenários durante a conferência de imprensa na sequência da reunião do conselho do BCE desta quinta-feira, em que se manteve a estratégia aprovada em março e se lançou uma nova linha de financiamento designada por PELTRO, dirigida aos impactos da pandemia da covid-19.
A francesa acrescentou que as previsões dos economistas do BCE para o segundo trimestre deste ano apontam para uma quebra brutal de 15%, quase quatro vezes mais profunda do que a registada nos primeiros três meses do ano.
Aquando da reunião do Conselho Europeu na semana passada, Lagarde teria apresentado aos líderes europeus três cenários com quebras de 5%, 9% e 15%, neste último caso o dobro da previsão do Fundo Monetário Internacional publicada no World Economic Outlook em meados de abril.
O BCE publicará na sexta-feira o documento com as previsões, em detalhe, para 2020 e 2021.
Lagarde referiu que a contração da economia da zona euro no primeiro trimestre deste ano foi de 3,8%, citando a estimativa do Eurostat publicada esta quinta-feira, e que o segundo trimestre será muito pior. Mas admite que se materialize uma retoma em 2021, ainda que a incerteza pese sobremaneira.
A presidente do banco central regozijou-se com as decisões do último Conselho Europeu criando as três linhas de financiamento de emergência para o curto prazo e incentivou os líderes europeus a trabalharem no desenho do Fundo de Recuperação.
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